Após 37 anos, mulher descobre que filha foi trocada na maternidade em Sertãozinho, SPon julho 27, 2022 at 11:09 pm
- julho 27, 2022 Santa Casa entrou em contato com Maria Regina Fernandez em abril deste ano, depois que foi procurada por uma pessoa que estava atrás da mãe biológica. Procurado, hospital não se manifestou sobre o caso. Mulher descobre que teve bebê trocado na maternidade em Sertãozinho, SP, em 1985
Uma carta da Santa Casa de Sertãozinho (SP) em abril deste ano fez a vida de Maria Regina Dias do Nascimento Fernandez mudar para sempre.
O texto pedia que ela entrasse em contato com o provedor do hospital para falar de um assunto de interesse dela. O que viria a seguir, desestabilizou a família. Em 1985, duas bebês foram trocadas na maternidade e uma delas era a filha de Regina.
“A sensação que eu tive é que um cometa caiu na minha cabeça. Eu liguei para minha advogada na hora e falei para ela ‘olha, a sensação é que caiu um cometa na minha cabeça e eu preciso da sua ajuda’. Eu não acreditei. Falei ‘não é possível’, ‘eles estão loucos, imagina’. Trinta e sete anos. Não é normal, não está certo”.
Regina mora em Ribeirão Preto (SP) atualmente e conta que em um primeiro momento, chegou a pensar que o assunto tinha relação com os pais dela, já falecidos.
Ela demorou uma semana para entrar em contato com o hospital depois que recebeu a carta.
“Falei ‘gente, o que eles querem comigo? Santa Casa de Sertãozinho? Não tem um porquê. Pensei na morte dos meus pais, podia ser alguma coisa relacionada. Deixei a carta. Demorei uma semana para entrar em contato e aí disseram que o provedor queria falar comigo e tinha de ser pessoalmente. Eu falei ‘não posso, estou distante’ e pedi para ser em Zoom. E ainda bem que foi em Zoom, porque se eu tivesse ido pessoalmente, acho que não ia ter condição de sair, porque dentro do meu quarto, no Zoom, eu fiquei paralisada”.
Regina com as filhas Thaisa e Tatiane: bebês foram trocadas na maternidade em Sertãozinho, SP, em 1985
Arquivo Pessoal
Como surgiu a suspeita
A suspeita de que os bebês tinham sido trocados foi levantada pela filha biológica de Regina, Mônica Tatiane Ribeiro, de 37 anos. Ela estava grávida quando descobriu que não era filha dos pais que a criaram desde que nasceu e fez dois exames de DNA com a mãe da vida inteira.
“Descobri em setembro de 2021. Foi muito doloroso. Eu estava grávida, então foi um processo bem difícil digerir tudo isso. Esperei a gravidez para ir atrás da Santa Casa e encontrar a minha mãe biológica”, afirma.
Ao falar com o provedor, Regina foi orientada a realizar um exame de DNA com Tatiane, mas a certeza de que eram mãe e filha veio na sala de espera do laboratório, antes mesmo da coleta.
“Eu estava achando ‘vai dar negativo e está tudo certo, vou voltar para minha casa e a minha vida vai seguir normal’. Mas não. A hora que cheguei no laboratório, me vi na pessoa sentada com uma criança no colo. Fizemos o teste e não consegui voltar para casa naquele dia”.
Maria Regina Dias do Nascimento Fernandes descobriu que a filha foi trocada na maternidade em Sertãozinho (SP) depois de 37 anos
Marcelo Moraes/EPTV
Segundo Regina, o teste deu 99,9% de probabilidade. Dias depois, a filha dela, Thaisa do Nascimento Fernandez, que até então ela achava ser biológica, também fez um exame de DNA com a mãe de Tatiane, o que comprovou de vez a troca.
Epilepsia e oportunidades perdidas
Thaisa tem epilepsia, uma doença que costuma ter origem genética, mas Regina nunca entendeu o motivo, uma vez que ninguém na família sofre dessa condição. Ela também é mãe de Victória, de 23 anos.
Após a confirmação da troca, a família descobriu que o irmão biológico de Thaisa, que faleceu há dois anos, também sofria da doença.
“Quando eu soube que fui trocada, fiquei muito triste, comecei a chorar tanto porque fui trocada quanto porque eu tinha perdido um irmão e não sabia da existência dele. Sinto um pouco de raiva ainda. Você mora com uma pessoa que te deu tudo do bom e do melhor, só que não é sua mãe. É um baque”.
Regina, que até então vivia com duas filhas em Ribeirão Preto, abraçou a filha biológica e a família dela. Agora, constroem juntas uma história que foi interrompida em 1985.
Procurada, a Santa Casa não se manifestou sobre o assunto alegando que o caso é tratado em sigilo. As famílias pretendem processar a institutição.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre a região de Ribeirão PretoSanta Casa entrou em contato com Maria Regina Fernandez em abril deste ano, depois que foi procurada por uma pessoa que estava atrás da mãe biológica. Procurado, hospital não se manifestou sobre o caso. Mulher descobre que teve bebê trocado na maternidade em Sertãozinho, SP, em 1985
Uma carta da Santa Casa de Sertãozinho (SP) em abril deste ano fez a vida de Maria Regina Dias do Nascimento Fernandez mudar para sempre.
O texto pedia que ela entrasse em contato com o provedor do hospital para falar de um assunto de interesse dela. O que viria a seguir, desestabilizou a família. Em 1985, duas bebês foram trocadas na maternidade e uma delas era a filha de Regina.
“A sensação que eu tive é que um cometa caiu na minha cabeça. Eu liguei para minha advogada na hora e falei para ela ‘olha, a sensação é que caiu um cometa na minha cabeça e eu preciso da sua ajuda’. Eu não acreditei. Falei ‘não é possível’, ‘eles estão loucos, imagina’. Trinta e sete anos. Não é normal, não está certo”.
Regina mora em Ribeirão Preto (SP) atualmente e conta que em um primeiro momento, chegou a pensar que o assunto tinha relação com os pais dela, já falecidos.
Ela demorou uma semana para entrar em contato com o hospital depois que recebeu a carta.
“Falei ‘gente, o que eles querem comigo? Santa Casa de Sertãozinho? Não tem um porquê. Pensei na morte dos meus pais, podia ser alguma coisa relacionada. Deixei a carta. Demorei uma semana para entrar em contato e aí disseram que o provedor queria falar comigo e tinha de ser pessoalmente. Eu falei ‘não posso, estou distante’ e pedi para ser em Zoom. E ainda bem que foi em Zoom, porque se eu tivesse ido pessoalmente, acho que não ia ter condição de sair, porque dentro do meu quarto, no Zoom, eu fiquei paralisada”.
Regina com as filhas Thaisa e Tatiane: bebês foram trocadas na maternidade em Sertãozinho, SP, em 1985
Arquivo Pessoal
Como surgiu a suspeita
A suspeita de que os bebês tinham sido trocados foi levantada pela filha biológica de Regina, Mônica Tatiane Ribeiro, de 37 anos. Ela estava grávida quando descobriu que não era filha dos pais que a criaram desde que nasceu e fez dois exames de DNA com a mãe da vida inteira.
“Descobri em setembro de 2021. Foi muito doloroso. Eu estava grávida, então foi um processo bem difícil digerir tudo isso. Esperei a gravidez para ir atrás da Santa Casa e encontrar a minha mãe biológica”, afirma.
Ao falar com o provedor, Regina foi orientada a realizar um exame de DNA com Tatiane, mas a certeza de que eram mãe e filha veio na sala de espera do laboratório, antes mesmo da coleta.
“Eu estava achando ‘vai dar negativo e está tudo certo, vou voltar para minha casa e a minha vida vai seguir normal’. Mas não. A hora que cheguei no laboratório, me vi na pessoa sentada com uma criança no colo. Fizemos o teste e não consegui voltar para casa naquele dia”.
Maria Regina Dias do Nascimento Fernandes descobriu que a filha foi trocada na maternidade em Sertãozinho (SP) depois de 37 anos
Marcelo Moraes/EPTV
Segundo Regina, o teste deu 99,9% de probabilidade. Dias depois, a filha dela, Thaisa do Nascimento Fernandez, que até então ela achava ser biológica, também fez um exame de DNA com a mãe de Tatiane, o que comprovou de vez a troca.
Epilepsia e oportunidades perdidas
Thaisa tem epilepsia, uma doença que costuma ter origem genética, mas Regina nunca entendeu o motivo, uma vez que ninguém na família sofre dessa condição. Ela também é mãe de Victória, de 23 anos.
Após a confirmação da troca, a família descobriu que o irmão biológico de Thaisa, que faleceu há dois anos, também sofria da doença.
“Quando eu soube que fui trocada, fiquei muito triste, comecei a chorar tanto porque fui trocada quanto porque eu tinha perdido um irmão e não sabia da existência dele. Sinto um pouco de raiva ainda. Você mora com uma pessoa que te deu tudo do bom e do melhor, só que não é sua mãe. É um baque”.
Regina, que até então vivia com duas filhas em Ribeirão Preto, abraçou a filha biológica e a família dela. Agora, constroem juntas uma história que foi interrompida em 1985.
Procurada, a Santa Casa não se manifestou sobre o assunto alegando que o caso é tratado em sigilo. As famílias pretendem processar a institutição.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre a região de Ribeirão Preto
Quer aprender como investir no mercado financeiro de forma segura e eficiente de forma automatizada?
Conheça o Scalper Trader Auto Bot, Agora!
You may also like
Conheça o Scalper Trader Auto Bot, Agora!

You may also like
Posts recentes
- Ladrões fingem ser policiais e assaltam joalheria em Jaboticabal, SPon março 25, 2023 at 10:15 pm
- Homem morre baleado pela polícia após impedir socorro a mulher agredida e atacar PMs em Santa Ernestina, SPon março 25, 2023 at 7:11 pm
- População enfrenta lentidão na saúde pública em Ribeirão Preto, sem reajuste na tabela SUS há 17 anoson março 25, 2023 at 6:03 pm
- Barato da Cozinha: aprenda a fazer ovo de Páscoa na taçaon março 25, 2023 at 5:11 pm
- Manicure acha R$ 4 mil na saída de loja e funcionários se mobilizam para devolver dinheiro à dona em Barretos, SPon março 25, 2023 at 5:09 pm
Deixe um comentário