
Técnica desenvolvida pela USP de Ribeirão Preto usa ultrassom para reposicionar DIU e tem mais de 90% de efetividadeon agosto 21, 2022 at 9:16 pm
- agosto 21, 2022 Pesquisa acompanhou 55 mulheres submetidas ao procedimento entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2020. Resultados foram publicados na revista americana Ultrasound in Obstetrics & Gynecology. Técnica desenvolvida pela USP de Ribeirão Preto usa ultrassom para reposicionar DIU e tem mais de 90% de efetividade
Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde/Divulgação
Uma técnica desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (SP) usa ultrassom para reposicionar o dispositivo intrauterino (DIU), quando este foi parcialmente expelido de dentro do útero das pacientes, com taxa de sucesso em mais de 90% dos casos.
Segundo a professora associada do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP, Carolina Sales Vieira, e uma das autoras do estudo, o procedimento surgiu da necessidade de evitar gastos em hospitais públicos com novos dispositivos e também do alto índice de deslocamento do DIU quando colocado por médicos residentes, que ainda estão em formação.
Assim, a técnica é uma resposta à falta de recursos públicos e pode auxiliar os profissionais em treinamento, além de evitar que a paciente que utilize os hospitais particulares gaste mais com despesas médicas.
“Foi uma saída para melhorar nosso ambiente universitário mesmo; falta de DIU e o médico que está sempre em treinamento, que tem mais erro na inserção; então foi da necessidade que a gente começou a fazer esse procedimento”, comenta Carolina Sales.
Resultados
Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto, SP, acompanhou 55 mulheres submetidas ao reposicionamento do DIU com a nova técnica
EPTV/Reprodução
A pesquisa acompanhou 55 mulheres submetidas ao reposicionamento do DIU com a nova técnica, entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2020, durante os seis meses que se seguiram ao procedimento.
Os resultados do estudo foram publicados no mês passado na revista americana Ultrasound in Obstetrics & Gynecology e mostram que 93% dos casos obtiveram sucesso dos reposicionamentos. Das 55 participantes, 51 tiveram o dispositivo reposicionado corretamente. As outras quatro participantes não completaram o procedimento devido à dor.
Segundo a médica Erciliene Moraes Martins Yamaguti, professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP e uma das autoras do estudo, outro dado importante que elas verificaram foi que, após seis meses, 80% dos DIUs continuaram no lugar correto.
Como o DIU é inserido?
A colocação do dispositivo intrauterino (DIU) é um método contraceptivo oferecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde
TV Globo/Reprodução
A inserção do DIU é feita após um exame com espéculo, um instrumento também utilizado na coleta do papanicolau, e a limpeza do colo do útero e das paredes vaginais com antisséptico.
Em seguida, o médico prende o colo com uma pinça, introduz um instrumento para medir a cavidade uterina da paciente e insere o dispositivo, que deve permanecer totalmente dentro do útero.
Mulheres com deslocamento parcial do DIU podem apresentar sintomas como cólicas e sangramento aumentado ou prolongado. Caso o deslocamento seja confirmado, a nova técnica da FMRP pode auxiliar na recolocação.
A técnica é indicada para aqueles DIUs com o braço cervical estendido parcialmente ou totalmente pelo canal cervical, ou seja, que foram parcialmente expelidos e é possível verificar por um ultrassom.
O procedimento é feito por dois profissionais da saúde: o primeiro fica responsável pelas imagens do ultrassom e o outro pelo exame ginecológico e o reposicionamento do dispositivo com uma pinça.
Importância do DIU para as mulheres brasileiras
De acordo com uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, das 24 mil mães em 191 municípios do Brasil, 55% das brasileiras tiveram gravidez não planejada, um número acima da média mundial, que é de 40%.
Segundo Erciliene, os métodos contraceptivos mais usados atualmente pelas mulheres no Brasil são a pílula anticoncepcional e a laqueadura. Porém, os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (na sigla em inglês LARC), que incluem o DIU e o implante subcutâneo, podem ser mais seguros e eficazes.
A médica afirma que os LARC apresentam taxa de falha muito pequena, menos de 2%, menor que a da própria laqueadura, e podem ajudar na redução do índice de gravidez não planejada. Além disso, segundo ela, o método traz muitos benefícios principalmente para grupos vulneráveis, como adolescentes e usuárias de drogas.
Inovação
A técnica inédita foi desenvolvida em 2012, na FMRP, pela médica Erciliene e a médica especialista em obstetrícia e ginecologia Paula Martins, com o objetivo de criar um procedimento de fácil aprendizado que os residentes pudessem se apropriar.
“O médico não precisa ser expert para aprender, então seria uma técnica altamente reprodutível”, explicou a professora Carolina.
A partir de 2016, o procedimento foi incluído no programa de treinamento em obstetrícia e ginecologia do curso médico da unidade USP e, desde então, os pesquisadores acompanharam os procedimentos para análise dos resultados.
Para a autora Erciliene, além da economia de recursos financeiros, a técnica também poupa as pacientes do desgaste em colocar um novo dispositivo intrauterino.
“Não só para a saúde pública, mas para a saúde suplementar também é um ganho grande”, finalizou a pesquisadora.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e regiãoPesquisa acompanhou 55 mulheres submetidas ao procedimento entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2020. Resultados foram publicados na revista americana Ultrasound in Obstetrics & Gynecology. Técnica desenvolvida pela USP de Ribeirão Preto usa ultrassom para reposicionar DIU e tem mais de 90% de efetividade
Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde/Divulgação
Uma técnica desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (SP) usa ultrassom para reposicionar o dispositivo intrauterino (DIU), quando este foi parcialmente expelido de dentro do útero das pacientes, com taxa de sucesso em mais de 90% dos casos.
Segundo a professora associada do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP, Carolina Sales Vieira, e uma das autoras do estudo, o procedimento surgiu da necessidade de evitar gastos em hospitais públicos com novos dispositivos e também do alto índice de deslocamento do DIU quando colocado por médicos residentes, que ainda estão em formação.
Assim, a técnica é uma resposta à falta de recursos públicos e pode auxiliar os profissionais em treinamento, além de evitar que a paciente que utilize os hospitais particulares gaste mais com despesas médicas.
“Foi uma saída para melhorar nosso ambiente universitário mesmo; falta de DIU e o médico que está sempre em treinamento, que tem mais erro na inserção; então foi da necessidade que a gente começou a fazer esse procedimento”, comenta Carolina Sales.
Resultados
Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto, SP, acompanhou 55 mulheres submetidas ao reposicionamento do DIU com a nova técnica
EPTV/Reprodução
A pesquisa acompanhou 55 mulheres submetidas ao reposicionamento do DIU com a nova técnica, entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2020, durante os seis meses que se seguiram ao procedimento.
Os resultados do estudo foram publicados no mês passado na revista americana Ultrasound in Obstetrics & Gynecology e mostram que 93% dos casos obtiveram sucesso dos reposicionamentos. Das 55 participantes, 51 tiveram o dispositivo reposicionado corretamente. As outras quatro participantes não completaram o procedimento devido à dor.
Segundo a médica Erciliene Moraes Martins Yamaguti, professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP e uma das autoras do estudo, outro dado importante que elas verificaram foi que, após seis meses, 80% dos DIUs continuaram no lugar correto.
Como o DIU é inserido?
A colocação do dispositivo intrauterino (DIU) é um método contraceptivo oferecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde
TV Globo/Reprodução
A inserção do DIU é feita após um exame com espéculo, um instrumento também utilizado na coleta do papanicolau, e a limpeza do colo do útero e das paredes vaginais com antisséptico.
Em seguida, o médico prende o colo com uma pinça, introduz um instrumento para medir a cavidade uterina da paciente e insere o dispositivo, que deve permanecer totalmente dentro do útero.
Mulheres com deslocamento parcial do DIU podem apresentar sintomas como cólicas e sangramento aumentado ou prolongado. Caso o deslocamento seja confirmado, a nova técnica da FMRP pode auxiliar na recolocação.
A técnica é indicada para aqueles DIUs com o braço cervical estendido parcialmente ou totalmente pelo canal cervical, ou seja, que foram parcialmente expelidos e é possível verificar por um ultrassom.
O procedimento é feito por dois profissionais da saúde: o primeiro fica responsável pelas imagens do ultrassom e o outro pelo exame ginecológico e o reposicionamento do dispositivo com uma pinça.
Importância do DIU para as mulheres brasileiras
De acordo com uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, das 24 mil mães em 191 municípios do Brasil, 55% das brasileiras tiveram gravidez não planejada, um número acima da média mundial, que é de 40%.
Segundo Erciliene, os métodos contraceptivos mais usados atualmente pelas mulheres no Brasil são a pílula anticoncepcional e a laqueadura. Porém, os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (na sigla em inglês LARC), que incluem o DIU e o implante subcutâneo, podem ser mais seguros e eficazes.
A médica afirma que os LARC apresentam taxa de falha muito pequena, menos de 2%, menor que a da própria laqueadura, e podem ajudar na redução do índice de gravidez não planejada. Além disso, segundo ela, o método traz muitos benefícios principalmente para grupos vulneráveis, como adolescentes e usuárias de drogas.
Inovação
A técnica inédita foi desenvolvida em 2012, na FMRP, pela médica Erciliene e a médica especialista em obstetrícia e ginecologia Paula Martins, com o objetivo de criar um procedimento de fácil aprendizado que os residentes pudessem se apropriar.
“O médico não precisa ser expert para aprender, então seria uma técnica altamente reprodutível”, explicou a professora Carolina.
A partir de 2016, o procedimento foi incluído no programa de treinamento em obstetrícia e ginecologia do curso médico da unidade USP e, desde então, os pesquisadores acompanharam os procedimentos para análise dos resultados.
Para a autora Erciliene, além da economia de recursos financeiros, a técnica também poupa as pacientes do desgaste em colocar um novo dispositivo intrauterino.
“Não só para a saúde pública, mas para a saúde suplementar também é um ganho grande”, finalizou a pesquisadora.
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