‘Sonho colocar uma para dormir e a outra não ter que ir junto sem ter sono’, diz mãe de gêmeas siamesas operadas em Ribeirão Pretoon agosto 8, 2022 at 8:14 pm
- agosto 8, 2022 Meninas de 1 ano e 7 meses passaram pela primeira cirurgia de separação de crânio no sábado (6), no Hospital das Clínicas. Segundo neurologista, processo é complexo e deve levar um ano. Hospital das Clínicas realiza coletiva sobre cirurgia de separação de gêmeas siamesas
Mãe das gêmeas de 1 ano e 7 meses Alana e Mariah, que nasceram unidas pela cabeça, Talita Francisco Ventura Sestari disse nesta segunda-feira (8) que sonha com o momento em que as meninas estarão, finalmente, separadas.
“O sonho de qualquer pai e qualquer mãe é pegar elas separadas, colocar no carrinho, passear, mostrar para elas que o mundo lá fora não é um hospital, poder colocar uma para dormir e a outra, não necessariamente, ter que ir junto sem estar com sono”, diz Talita.
No sábado (6), as filhas passaram pela primeira cirurgia para divisão do crânio. O procedimento durou nove horas e meia e foi realizado no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP). Segundo a equipe que acompanha o caso, as meninas respondem bem ao pós-operatório.
Talita e Vinicius Sestari, pais das gêmeas Alana e Mariah, que nasceram unidas pela cabeça em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/EPTV
Diagnóstico difícil
A família é de Piquerobi (SP), mas as gêmeas nasceram em 2021 em Ribeirão Preto e são acompanhadas por especialistas do HC desde a gravidez de Talita.
O diagnóstico de que as meninas eram craniópagas, ou seja, unidas pelo crânio, ocorreu na décima semana de gestação. Talita descreve o período até chegar ao HC como um dos mais difíceis da vida do casal.
“Eu passei a minha gestação inteira escutando muitas coisas que acabam sendo muito difíceis. ‘Tira’, ‘não vai nascer vivo’, ‘não vai evoluir’, então até a gente chegar aqui para saber que elas estavam evoluindo e ter mais confiança de médicos preparados, a gente encontrou muitos médicos que não foram muito bons em passar uma confiança.”
Talita Francisco Ventura Sestari comemora primeira cirurgia bem-sucedida das filhas siamesas em Ribeirão Preto, SP
Chico Escolano/EPTV
O caso é extremamente raro. Segundo o neurocirurgião Hélio Rubens Machado, chefe do setor de neurocirurgia pediátrica do Hospital das Clínicas, a expectativa é que haja uma ocorrência a cada dois milhões de nascimentos.
Após o parto, começou um intenso trabalho das equipes médicas para discutir quais seriam os passos a serem seguidos para a separação.
Primeira etapa da cirurgia separou veias do cérebro
O primeiro procedimento de separação das gêmeas no sábado seccionou veias do cérebro que liga as duas meninas.
Uma placa de silástico foi implantada em uma das veias no cérebro das crianças para impedir que as partes separadas nesta primeira etapa se unam novamente até o próximo procedimento, que deve acontecer em três meses.
Através de realidade virtual, equipe médica teve acesso ao estado do cérebro de gêmeas unidas pela cabeça em Ribeirão Preto (SP)
Divulgação/HC Ribeirão Preto
Para Talita, a segurança passada pela equipe comandada pelo neurocirurgião Hélio Rubens Machado é tudo o que a família precisa para permanecer forte na jornada. Até a separação definitiva, Alana e Mariah passarão por outras três cirurgias.
“A gente está com o coração bem aliviado até porque nossas filhas estão em ótimas mãos. É uma equipe maravilhosa, que vem desde o início nos acompanhando e passando para gente uma segurança total. A gente tem uma segurança muito grande de entregar as nossas filhas nas mãos de toda equipe”, diz Talita.
Na segunda cirurgia, prevista inicialmente para novembro, as meninas terão mais veias separadas. Dentro de um ano, todos os procedimentos devem ser concluídos.
“Sempre precisa esperar em torno de três meses entre uma [cirurgia] e outra, para o cérebro se acomodar e passar o período pós-operatório. A gente planeja as próximas etapas a cada três meses. A próxima deve ser em novembro, a terceira em fevereiro e a etapa final de separação em junho. Nas diferentes etapas, como são complexas, a gente refaz todos os exames. Cada etapa planejamos meticulosamente”, explica o neurologista.
Equipe médica durante primeira etapa da cirurgia de separação de gêmeas unidas pela cabeça em Ribeirão Preto (SP)
Divulgação/HC Ribeirão Preto
Gêmeas têm boa evolução
De acordo com a médica Ana Paula Carlotti, chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Infantil do HC, as meninas estão bem e apresentam boa evolução no pós-operatório da primeira cirurgia.
“Elas estão muito bem tanto do ponto de vista respiratório quanto do ponto de vista cardiovascular, quanto do ponto de vista neurológico. Elas estão respirando espontaneamente, a função cardíaca, a pressão arterial, estão normais”.
Segundo os pais, Alana e Mariah já se alimentam, brincam e conversam. A torcida pelo processo de separação bem-sucedido é grande e mobiliza toda a cidade de Piquerobi, segundo Talita.
“Está todo mundo nos acompanhando o tempo todo. Se eles pudessem, estariam todos aqui. A cidade inteira virou uma família muito grande, as pessoas nos ajudam, perguntam. A cidade e a região toda.”
Segundo caso de gêmeas unidas pela cabeça no HC
Este é o segundo caso de separação de gêmeas nascidas unidas pela cabeça acompanhado pelo HC de Ribeirão Preto.
Em 2018, após dois anos de acompanhamento e análise, Machado e Jayme Farina, chefe da Divisão de Cirurgia Plástica, comandaram a equipe que atuou na separação bem-sucedida das gêmeas Maria Ysabelle e Maria Ysadora, que também nasceram unidas pelas cabeças.
Farina também faz parte da equipe que acompanha Alana e Mariah neste segundo caso realizado pelo HC.
Maria Ysabelle e Maria Ysadora, na época com 2 anos, encararam cinco procedimentos cirúrgicos inéditos no Brasil até serem definitivamente separadas em outubro de 2018.
A família retornou ao Ceará, estado de origem dela, em março de 2019, cinco meses após a separação.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e regiãoMeninas de 1 ano e 7 meses passaram pela primeira cirurgia de separação de crânio no sábado (6), no Hospital das Clínicas. Segundo neurologista, processo é complexo e deve levar um ano. Hospital das Clínicas realiza coletiva sobre cirurgia de separação de gêmeas siamesas
Mãe das gêmeas de 1 ano e 7 meses Alana e Mariah, que nasceram unidas pela cabeça, Talita Francisco Ventura Sestari disse nesta segunda-feira (8) que sonha com o momento em que as meninas estarão, finalmente, separadas.
“O sonho de qualquer pai e qualquer mãe é pegar elas separadas, colocar no carrinho, passear, mostrar para elas que o mundo lá fora não é um hospital, poder colocar uma para dormir e a outra, não necessariamente, ter que ir junto sem estar com sono”, diz Talita.
No sábado (6), as filhas passaram pela primeira cirurgia para divisão do crânio. O procedimento durou nove horas e meia e foi realizado no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP). Segundo a equipe que acompanha o caso, as meninas respondem bem ao pós-operatório.
Talita e Vinicius Sestari, pais das gêmeas Alana e Mariah, que nasceram unidas pela cabeça em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/EPTV
Diagnóstico difícil
A família é de Piquerobi (SP), mas as gêmeas nasceram em 2021 em Ribeirão Preto e são acompanhadas por especialistas do HC desde a gravidez de Talita.
O diagnóstico de que as meninas eram craniópagas, ou seja, unidas pelo crânio, ocorreu na décima semana de gestação. Talita descreve o período até chegar ao HC como um dos mais difíceis da vida do casal.
“Eu passei a minha gestação inteira escutando muitas coisas que acabam sendo muito difíceis. ‘Tira’, ‘não vai nascer vivo’, ‘não vai evoluir’, então até a gente chegar aqui para saber que elas estavam evoluindo e ter mais confiança de médicos preparados, a gente encontrou muitos médicos que não foram muito bons em passar uma confiança.”
Talita Francisco Ventura Sestari comemora primeira cirurgia bem-sucedida das filhas siamesas em Ribeirão Preto, SP
Chico Escolano/EPTV
O caso é extremamente raro. Segundo o neurocirurgião Hélio Rubens Machado, chefe do setor de neurocirurgia pediátrica do Hospital das Clínicas, a expectativa é que haja uma ocorrência a cada dois milhões de nascimentos.
Após o parto, começou um intenso trabalho das equipes médicas para discutir quais seriam os passos a serem seguidos para a separação.
Primeira etapa da cirurgia separou veias do cérebro
O primeiro procedimento de separação das gêmeas no sábado seccionou veias do cérebro que liga as duas meninas.
Uma placa de silástico foi implantada em uma das veias no cérebro das crianças para impedir que as partes separadas nesta primeira etapa se unam novamente até o próximo procedimento, que deve acontecer em três meses.
Através de realidade virtual, equipe médica teve acesso ao estado do cérebro de gêmeas unidas pela cabeça em Ribeirão Preto (SP)
Divulgação/HC Ribeirão Preto
Para Talita, a segurança passada pela equipe comandada pelo neurocirurgião Hélio Rubens Machado é tudo o que a família precisa para permanecer forte na jornada. Até a separação definitiva, Alana e Mariah passarão por outras três cirurgias.
“A gente está com o coração bem aliviado até porque nossas filhas estão em ótimas mãos. É uma equipe maravilhosa, que vem desde o início nos acompanhando e passando para gente uma segurança total. A gente tem uma segurança muito grande de entregar as nossas filhas nas mãos de toda equipe”, diz Talita.
Na segunda cirurgia, prevista inicialmente para novembro, as meninas terão mais veias separadas. Dentro de um ano, todos os procedimentos devem ser concluídos.
“Sempre precisa esperar em torno de três meses entre uma [cirurgia] e outra, para o cérebro se acomodar e passar o período pós-operatório. A gente planeja as próximas etapas a cada três meses. A próxima deve ser em novembro, a terceira em fevereiro e a etapa final de separação em junho. Nas diferentes etapas, como são complexas, a gente refaz todos os exames. Cada etapa planejamos meticulosamente”, explica o neurologista.
Equipe médica durante primeira etapa da cirurgia de separação de gêmeas unidas pela cabeça em Ribeirão Preto (SP)
Divulgação/HC Ribeirão Preto
Gêmeas têm boa evolução
De acordo com a médica Ana Paula Carlotti, chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Infantil do HC, as meninas estão bem e apresentam boa evolução no pós-operatório da primeira cirurgia.
“Elas estão muito bem tanto do ponto de vista respiratório quanto do ponto de vista cardiovascular, quanto do ponto de vista neurológico. Elas estão respirando espontaneamente, a função cardíaca, a pressão arterial, estão normais”.
Segundo os pais, Alana e Mariah já se alimentam, brincam e conversam. A torcida pelo processo de separação bem-sucedido é grande e mobiliza toda a cidade de Piquerobi, segundo Talita.
“Está todo mundo nos acompanhando o tempo todo. Se eles pudessem, estariam todos aqui. A cidade inteira virou uma família muito grande, as pessoas nos ajudam, perguntam. A cidade e a região toda.”
Segundo caso de gêmeas unidas pela cabeça no HC
Este é o segundo caso de separação de gêmeas nascidas unidas pela cabeça acompanhado pelo HC de Ribeirão Preto.
Em 2018, após dois anos de acompanhamento e análise, Machado e Jayme Farina, chefe da Divisão de Cirurgia Plástica, comandaram a equipe que atuou na separação bem-sucedida das gêmeas Maria Ysabelle e Maria Ysadora, que também nasceram unidas pelas cabeças.
Farina também faz parte da equipe que acompanha Alana e Mariah neste segundo caso realizado pelo HC.
Maria Ysabelle e Maria Ysadora, na época com 2 anos, encararam cinco procedimentos cirúrgicos inéditos no Brasil até serem definitivamente separadas em outubro de 2018.
A família retornou ao Ceará, estado de origem dela, em março de 2019, cinco meses após a separação.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região
Quer aprender como investir no mercado financeiro de forma segura e eficiente de forma automatizada?
Conheça o Scalper Trader Auto Bot, Agora!
You may also like
Conheça o Scalper Trader Auto Bot, Agora!

You may also like
Posts recentes
- Ladrões fingem ser policiais e assaltam joalheria em Jaboticabal, SPon março 25, 2023 at 10:15 pm
- Homem morre baleado pela polícia após impedir socorro a mulher agredida e atacar PMs em Santa Ernestina, SPon março 25, 2023 at 7:11 pm
- População enfrenta lentidão na saúde pública em Ribeirão Preto, sem reajuste na tabela SUS há 17 anoson março 25, 2023 at 6:03 pm
- Barato da Cozinha: aprenda a fazer ovo de Páscoa na taçaon março 25, 2023 at 5:11 pm
- Manicure acha R$ 4 mil na saída de loja e funcionários se mobilizam para devolver dinheiro à dona em Barretos, SPon março 25, 2023 at 5:09 pm
Deixe um comentário