Recenseadores do IBGE relatam dificuldade para entrevistar moradores em Sertãozinho, SPon agosto 11, 2022 at 10:23 pm
- agosto 11, 2022 Funcionários dizem que em 23% das casas visitadas ninguém atende e que 2% da população ouvida não repassa os dados. Questões políticas são citadas para recusa. Agentes do IBGE encontram dificuldade para realizar censo em Sertãozinho, SP
Agentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Sertãozinho (SP) relatam dificuldade para coletar informações para o Censo 2022 no município.
Desde 1º de agosto, quando os trabalhos nas casas começaram, em 23% dos imóveis visitados nenhum morador atendeu aos recenseadores, que estão identificados com coletes do IBGE e crachás. Já entre a população ouvida até o momento, 2% se recusaram a responder ao questionário.
A recenseadora Ângela Anice Rocha Ramos revela que já foi dispensada de lares que tentou visitar por falta de confiança e por razões políticas, mesmo o órgão não tendo ligação com o governo.
“Já tive recusa por não confiar, por achar que o governo já sabia de tudo e que ele não precisava passar as informações e também por razões políticas, que é a pior de se converter. Infelizmente, tem muitas pessoas que não conhecem [o Censo] e não sabem da importância que ele tem”.
Recenseadores estão com dificuldades para coletar dados em Sertãozinho (SP)
Sérgio Oliveira/EPTV
Recusa atrapalha, diz supervisor
O IBGE aplica dois tipos de questionário. O básico, com 26 quesitos, leva em torno de cinco minutos para ser respondido. Já o ampliado, com 77 perguntas e respondido por cerca de 11% dos domicílios, dura cerca de 16 minutos.
O morador que desejar pode ser respondido por internet ou telefone. No entanto, ainda assim, é necessário ter contato com o recenseador, porque o profissional gera um ticket digital e telefona para a pessoa.
Caso o recenseador não encontre o morador na primeira visita, ele deixará um bloco de recado ou tentará o contato por telefone. Além disso, o profissional deverá retornar ao domicílio, no mínimo, mais quatro vezes, sendo que uma obrigatoriamente em turno alternativo.
Segundo Alex da Cunha Jorge, supervisor do IBGE, a taxa de recusa em Sertãozinho é considerada baixa, mas mesmo assim atrapalha os trabalhos previstos para o Censo.
“Essas recusas estão sendo incisivas e, muitas vezes, nossos recenseadores estão sendo mal recebidos. Isso tem dificultado, porque o Censo retrata a população, como ela vive, como está. As pessoas reclamam tanto que querem melhorias e essa é a oportunidade pra retratar como é o Brasil. O IBGE é um órgão somente de pesquisa, não tem nada a ver com política”.
Recenseadora do IBGE em vista à casa em Sertãozinho, SP
Sérgio Oliveira/EPTV
O que é o Censo?
O Censo é uma pesquisa realizada a cada dez anos pelo IBGE, e a última foi feita em 2010. O levantamento realiza uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira e permite traçar um perfil socioeconômico do país. Por conta da pandemia, os dados atuais estão defasados.
Além de saber exatamente qual a população dos município, o Censo visa obter dados sobre as características dos moradores – idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda, saneamento básico dos domicílios, entre outras informações.
A população brasileira é estimada atualmente em cerca de 215 milhões de pessoas. O IBGE calcula que existam hoje cerca de 75 milhões de domicílios no país.
Em Sertãozinho, a estimativa é de que 42 mil residências sejam visitadas por 70 agentes, segundo Breno Henrique Matrangolo, supervisor de área responsável pelo Censo em oito municípios da região de Ribeirão Preto.
“O censo é a principal pesquisa que o IBGE faz. É ele que vai balizar todas as políticas públicas que as cidades, que o país vai fazer. Uma série de políticas públicas, como saneamento básico, educação, saúde, são definidas através do Censo. A própria reforma da previdência tem a ver com o Censo, porque ele refaz a pirâmide etária”, explica.
Ainda segundo Matrangolo, a verba repassada aos municípios, também é definida a partir dos dados coletados no Censo.
“É responsável pela verba que vai para o fundo de participação dos municípios, então ele também define uma parte da receita que cada município recebe. Se a gente não consegue coletar, é uma parte da receita pro município que é perdida”.
Breno Henrique Matrangolo, supervisor de área responsável pelo Censo em oito municípios da região
Sérgio Oliveira/EPTV
Visita dura 20 minutos
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e regiãoFuncionários dizem que em 23% das casas visitadas ninguém atende e que 2% da população ouvida não repassa os dados. Questões políticas são citadas para recusa. Agentes do IBGE encontram dificuldade para realizar censo em Sertãozinho, SP
Agentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Sertãozinho (SP) relatam dificuldade para coletar informações para o Censo 2022 no município.
Desde 1º de agosto, quando os trabalhos nas casas começaram, em 23% dos imóveis visitados nenhum morador atendeu aos recenseadores, que estão identificados com coletes do IBGE e crachás. Já entre a população ouvida até o momento, 2% se recusaram a responder ao questionário.
A recenseadora Ângela Anice Rocha Ramos revela que já foi dispensada de lares que tentou visitar por falta de confiança e por razões políticas, mesmo o órgão não tendo ligação com o governo.
“Já tive recusa por não confiar, por achar que o governo já sabia de tudo e que ele não precisava passar as informações e também por razões políticas, que é a pior de se converter. Infelizmente, tem muitas pessoas que não conhecem [o Censo] e não sabem da importância que ele tem”.
Recenseadores estão com dificuldades para coletar dados em Sertãozinho (SP)
Sérgio Oliveira/EPTV
Recusa atrapalha, diz supervisor
O IBGE aplica dois tipos de questionário. O básico, com 26 quesitos, leva em torno de cinco minutos para ser respondido. Já o ampliado, com 77 perguntas e respondido por cerca de 11% dos domicílios, dura cerca de 16 minutos.
O morador que desejar pode ser respondido por internet ou telefone. No entanto, ainda assim, é necessário ter contato com o recenseador, porque o profissional gera um ticket digital e telefona para a pessoa.
Caso o recenseador não encontre o morador na primeira visita, ele deixará um bloco de recado ou tentará o contato por telefone. Além disso, o profissional deverá retornar ao domicílio, no mínimo, mais quatro vezes, sendo que uma obrigatoriamente em turno alternativo.
Segundo Alex da Cunha Jorge, supervisor do IBGE, a taxa de recusa em Sertãozinho é considerada baixa, mas mesmo assim atrapalha os trabalhos previstos para o Censo.
“Essas recusas estão sendo incisivas e, muitas vezes, nossos recenseadores estão sendo mal recebidos. Isso tem dificultado, porque o Censo retrata a população, como ela vive, como está. As pessoas reclamam tanto que querem melhorias e essa é a oportunidade pra retratar como é o Brasil. O IBGE é um órgão somente de pesquisa, não tem nada a ver com política”.
Recenseadora do IBGE em vista à casa em Sertãozinho, SP
Sérgio Oliveira/EPTV
O que é o Censo?
O Censo é uma pesquisa realizada a cada dez anos pelo IBGE, e a última foi feita em 2010. O levantamento realiza uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira e permite traçar um perfil socioeconômico do país. Por conta da pandemia, os dados atuais estão defasados.
Além de saber exatamente qual a população dos município, o Censo visa obter dados sobre as características dos moradores – idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda, saneamento básico dos domicílios, entre outras informações.
A população brasileira é estimada atualmente em cerca de 215 milhões de pessoas. O IBGE calcula que existam hoje cerca de 75 milhões de domicílios no país.
Em Sertãozinho, a estimativa é de que 42 mil residências sejam visitadas por 70 agentes, segundo Breno Henrique Matrangolo, supervisor de área responsável pelo Censo em oito municípios da região de Ribeirão Preto.
“O censo é a principal pesquisa que o IBGE faz. É ele que vai balizar todas as políticas públicas que as cidades, que o país vai fazer. Uma série de políticas públicas, como saneamento básico, educação, saúde, são definidas através do Censo. A própria reforma da previdência tem a ver com o Censo, porque ele refaz a pirâmide etária”, explica.
Ainda segundo Matrangolo, a verba repassada aos municípios, também é definida a partir dos dados coletados no Censo.
“É responsável pela verba que vai para o fundo de participação dos municípios, então ele também define uma parte da receita que cada município recebe. Se a gente não consegue coletar, é uma parte da receita pro município que é perdida”.
Breno Henrique Matrangolo, supervisor de área responsável pelo Censo em oito municípios da região
Sérgio Oliveira/EPTV
Visita dura 20 minutos
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