Qualidade genética, tecnologia, rotação de culturas: Veja como Jaboticabal se tornou Capital do Amendoim em SPon agosto 12, 2022 at 1:10 pm
- agosto 12, 2022 Plantio na área agrícola do município corresponde a cerca de 13% do cultivo paulista. Atividade se expandiu a partir da década de 1970, com sistema intercalado com a cana-de-açúcar. Processamento de amendoim em Jaboticabal (SP)
Divulgação/Coplana
“Jaboticabal respira amendoim. Podem existir lugares que produzem mais, mas esse envolvimento é só aqui.” É com essa frase que o produtor rural Nilton Souza Junior responde, quando perguntado sobre o que pode ter tornado o município a Capital do Amendoim no estado de São Paulo.
A lei que deu o título a Jaboticabal foi publicada em 6 de janeiro de 2018, no Diário Oficial do Estado. Seis dias depois, uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, oficializou o reconhecimento.
Na família de Nilton, a produção começou com o avô, na década de 1970. Hoje, o neto planta de 350 a 400 hectares por ano. Além de ser uma atividade-chave para a economia jaboticabalense, o amendoim preserva uma relação sentimental dos agricultores locais com a terra. Ao lembrar a origem dessa tradição, eles revisitam conquistas e dificuldades de gerações anteriores, fundamentais para explicar os atuais patamares de cultivo do grão.
Ao longo deste texto, você vai conhecer como começou e se desenvolveu essa história, além da importância econômica do amendoim para Jaboticabal, que detém a maior área cultivada no território paulista. Os tópicos que você vai acompanhar são:
Participação no mercado de amendoim
Aspectos históricos
Desenvolvimento tecnológico
Perspectivas
Produção de amendoim em Jaboticabal responde por 13% do volume produzido em São Paulo
Divulgação/Coplana
1.Participação no mercado de amendoim
O mercado brasileiro do amendoim é considerado pequeno. Responde por 1,5% da produção anual no mundo, que é de cerca de 50 milhões de toneladas. Mas o estado de São Paulo adquiriu nas últimas décadas uma expertise que permitiu atingir 90% da produção nacional – cerca de 665 mil toneladas na safra 2021/22, conforme o Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Com pouco mais de 25 mil hectares destinados ao amendoim, a regional agrícola de Jaboticabal, por sua vez, respondeu no período por 13% da produção paulista. Metade do que é colhido ali é destinada ao mercado interno e outra metade é exportada principalmente para a Europa.
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A totalidade do produto no estado é plantada em sistema de rotação de cultura com a cana-de-açúcar, por causa da capacidade do amendoim em enriquecer e renovar o solo com nitrogênio. No caso de Nilton, 90% das áreas que administra são arrendadas justamente de produtores de cana.
Para Walter Souza, outro produtor, há potencial para ampliar a participação do país no comércio internacional. Para isso, segundo ele, é preciso haver campanhas para incentivar o aumento do consumo. “É um produto que faz muito bem para a saúde, mas o brasileiro não tem costume”.
Ele planta 1,5 mil hectares por ano. A trajetória começou com o pai, há 60 anos, que via no amendoim uma opção para a diversificação de culturas. O agricultor avalia que, se houvesse um mercado interno maior, o país passaria a não depender tanto das vendas para o exterior.
Na última safra, por exemplo, os preços da saca de 25 quilos chegaram a cair quase à metade do que era esperado por causa da guerra da Rússia contra a Ucrânia, dois compradores importantes do amendoim brasileiro, que tiveram as importações comprometidas.
Walter Souza, produtor de amendoim em Jaboticabal (SP)
Arquivo pessoal/Walter Souza
2.Aspectos históricos
O amendoim é produzido comercialmente no Brasil desde a década de 1950. Nessa época, segundo a Coplana, cooperativa agroindustrial localizada em Jaboticabal, o município já despontava na cultura, que, até a década de 1970, dividia espaço com café, arroz, milho, soja, algodão e cana.
Aos poucos, com o avanço da soja, o amendoim, com colheita manual e carente de investimentos em variedades, perdeu terreno. Esse cenário se intensificou com o Proálcool, programa do governo brasileiro iniciado nos anos 1970, que aumentou a demanda por cana.
Mas o que poderia ser uma derrocada definitiva do produto encontrou um ponto de virada justamente nos canaviais. Um trabalho da Coplana, que nasceu há 59 anos pelas mãos de canavieiros, passou a ver na rotação com o amendoim uma possibilidade que poderia dar certo.
“Produtores de pequena escala, que não tinham terras disponíveis para o plantio, poderiam arrendar áreas de usinas ou de grandes proprietários, pagando pelo arrendamento com produto e conseguindo renda adicional. Este poderia ser um fator fundamental para a sustentabilidade do pequeno produtor. Seria possível produzir amendoim e cana nas mesmas áreas, com benefícios agronômicos, além da geração de emprego e renda”, afirma documento da cooperativa sobre a história do amendoim em Jaboticabal.
Coplana, em Jaboticabal (SP)
Divulgação/Coplana
Em 1994, a Coplana já era uma das principais beneficiadoras do país. Desde então, os investimentos na cultura evoluíram, promovendo ganhos produtivos e em qualidade, e abrindo mercados no exterior.
O professor aposentado de mecanização agrícola Luiz Carlos Beduschi, que defendeu tese de doutorado sobre o amendoim e trabalhou no ramo, afirma que o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues teve papel fundamental, quando foi presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), para que houvesse uma parceria entre os produtores de amendoim e as usinas de açúcar em todo o estado.
“Isso fez com que o amendoim deixasse de ser uma cultura subsidiária e passasse a ser o que é hoje, com índices elevados de exportação e tudo mais.”
Unidade de grãos da Coplana
Divulgação/Coplana
3.Desenvolvimento tecnológico
Para Beduschi, alguns fatores ajudam a explicar o crescimento do cultivo do amendoim em Jaboticabal:
a preocupação com a qualidade genética do grão, a partir da pesquisa de cultivares altamente produtivas;
e a oferta de novos equipamentos, que permitem colheita rápida e secagem, o que diminui o risco de o amendoim mofar por causa do excesso de umidade – já que a colheita é feita, geralmente, em períodos de chuva.
A produtora Izildinha Penariol acompanhou esse processo. Ela conta que os pais eram pequenos agricultores e compraram uma propriedade no começo dos anos 1970. A produção era feita com um trator e alguns cavalos, e a colheita ia para um balaio. “Uma coisa bem rústica”, lembra.
Quando os pais decidiram se mudar para a cidade, a terra foi comprada pelos Penariol, família do marido de Izildinha. Era o início da década de 1980 e já havia alguns equipamentos.
“A gente plantava o amendoim ‘tatuzinho’, que é o rasteiro. Ele era invertido com o trator e chacoalhado manualmente. Depois, vinham as primeiras máquinas e faziam a coleta.”
Quando a Coplana passou a abrir espaço a mais cooperados, que passaram a demandar máquinas mais avançadas, veio a fase da mecanização, o que impulsionou o crescimento dos agricultores. A própria Coplana, que reúne 104 produtores de amendoim, conta com tecnologias que permitem testagens rápidas para monitoramento da contaminação por aflatoxinas, compostos químicos tóxicos ao homem e a animais considerados uma das principais ameaças ao cultivo.
Produção de amendoim em Jaboticabal (SP)
Divulgação/Coplana
“O amendoim é bastante criterioso, exige muito do agricultor. É muito importante o tratamento fitossanitário da cultura, com defensivos certos, na hora certa, porque a gente está numa região bastante sujeita a pragas e doenças”, afirma Bruno Rangel, presidente da cooperativa.
Izildinha foi uma das que cresceram com a tecnologia. “Hoje somos produtores de sementes de amendoim. Trabalhamos com uma média de 600 a 650 hectares. Saímos de 20 mil sacos para 150 mil hoje. A evolução foi muito grande e ela precisa continuar para que a qualidade do amendoim aumente”, afirma.
Para isso, existe uma preocupação: novamente a soja tem remunerado melhor que o amendoim. Tanto que a família já cogitou até mudar de cultura, mas resistiu. “Se a soja estiver remunerando muito bem, o amendoim continuará enfrentando dificuldades para encontrar áreas de produção, já que a soja libera a terra para o plantio de cana com maior antecedência. O produtor da cana quer a terra o quanto antes.”
A luta tem sido diária. “Não podemos deixar a soja tomar conta. É um trabalho que tem que ser feito com muita consciência por toda a região.”
Público visitante da Feira Nacional do Amendoim em Jaboticabal, SP, em 2019
Ewerton Alves
4.Perspectivas
Um dos trabalhos que buscam manter o cultivo do amendoim na região é do professor Pedro Luís Alves, presidente da comissão organizadora da tradicional Feira Nacional do Amendoim, realizada em Jaboticabal em agosto. Um dos principais atrativos do evento é o Encontro sobre a Cultura do Amendoim, congresso voltado a produtores, pesquisadores e estudantes.
“A gente trabalha, na feira, palestras com especialistas de diferentes áreas justamente para tentar motivar o produtor a aumentar a área e a produtividade, já que a demanda do mercado interno é potencial. Pode crescer muito ainda. Então, a nossa intenção é justamente trabalhar isso para dar maior segurança ao produtor, para não ficarmos tão dependentes do mercado externo”, afirma Alves.
No cenário internacional, existe a expectativa de que o Brasil amplie o número de países para os quais exporta. Um deles é a China, maior produtor e consumidor mundial.
Alves lembra que, graças ao encontro – que começou na Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal, instituição que tem papel relevante na cultura, por causa do histórico de pesquisas, antes de ser realizado no atual recinto, a Estação de Eventos Cora Coralina –, foi possível reativar a Câmara Setorial do Amendoim.
O congresso também foi fundamental para que Jaboticabal recebesse o título de Capital do Amendoim.
“As pessoas no Brasil lembram do amendoim em paçoquinha e pé-de-moleque. Mas outras possibilidades podem ser exploradas, como a inserção na merenda escolar. A gente precisa aproveitar isso e potencializar a cultura.”
*Colaborou Lucas Faleiros
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Divulgação/Coplana
“Jaboticabal respira amendoim. Podem existir lugares que produzem mais, mas esse envolvimento é só aqui.” É com essa frase que o produtor rural Nilton Souza Junior responde, quando perguntado sobre o que pode ter tornado o município a Capital do Amendoim no estado de São Paulo.
A lei que deu o título a Jaboticabal foi publicada em 6 de janeiro de 2018, no Diário Oficial do Estado. Seis dias depois, uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, oficializou o reconhecimento.
Na família de Nilton, a produção começou com o avô, na década de 1970. Hoje, o neto planta de 350 a 400 hectares por ano. Além de ser uma atividade-chave para a economia jaboticabalense, o amendoim preserva uma relação sentimental dos agricultores locais com a terra. Ao lembrar a origem dessa tradição, eles revisitam conquistas e dificuldades de gerações anteriores, fundamentais para explicar os atuais patamares de cultivo do grão.
Ao longo deste texto, você vai conhecer como começou e se desenvolveu essa história, além da importância econômica do amendoim para Jaboticabal, que detém a maior área cultivada no território paulista. Os tópicos que você vai acompanhar são:
Participação no mercado de amendoim
Aspectos históricos
Desenvolvimento tecnológico
Perspectivas
Produção de amendoim em Jaboticabal responde por 13% do volume produzido em São Paulo
Divulgação/Coplana
1.Participação no mercado de amendoim
O mercado brasileiro do amendoim é considerado pequeno. Responde por 1,5% da produção anual no mundo, que é de cerca de 50 milhões de toneladas. Mas o estado de São Paulo adquiriu nas últimas décadas uma expertise que permitiu atingir 90% da produção nacional – cerca de 665 mil toneladas na safra 2021/22, conforme o Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Com pouco mais de 25 mil hectares destinados ao amendoim, a regional agrícola de Jaboticabal, por sua vez, respondeu no período por 13% da produção paulista. Metade do que é colhido ali é destinada ao mercado interno e outra metade é exportada principalmente para a Europa.
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Para Walter Souza, outro produtor, há potencial para ampliar a participação do país no comércio internacional. Para isso, segundo ele, é preciso haver campanhas para incentivar o aumento do consumo. “É um produto que faz muito bem para a saúde, mas o brasileiro não tem costume”.
Ele planta 1,5 mil hectares por ano. A trajetória começou com o pai, há 60 anos, que via no amendoim uma opção para a diversificação de culturas. O agricultor avalia que, se houvesse um mercado interno maior, o país passaria a não depender tanto das vendas para o exterior.
Na última safra, por exemplo, os preços da saca de 25 quilos chegaram a cair quase à metade do que era esperado por causa da guerra da Rússia contra a Ucrânia, dois compradores importantes do amendoim brasileiro, que tiveram as importações comprometidas.
Walter Souza, produtor de amendoim em Jaboticabal (SP)
Arquivo pessoal/Walter Souza
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O amendoim é produzido comercialmente no Brasil desde a década de 1950. Nessa época, segundo a Coplana, cooperativa agroindustrial localizada em Jaboticabal, o município já despontava na cultura, que, até a década de 1970, dividia espaço com café, arroz, milho, soja, algodão e cana.
Aos poucos, com o avanço da soja, o amendoim, com colheita manual e carente de investimentos em variedades, perdeu terreno. Esse cenário se intensificou com o Proálcool, programa do governo brasileiro iniciado nos anos 1970, que aumentou a demanda por cana.
Mas o que poderia ser uma derrocada definitiva do produto encontrou um ponto de virada justamente nos canaviais. Um trabalho da Coplana, que nasceu há 59 anos pelas mãos de canavieiros, passou a ver na rotação com o amendoim uma possibilidade que poderia dar certo.
“Produtores de pequena escala, que não tinham terras disponíveis para o plantio, poderiam arrendar áreas de usinas ou de grandes proprietários, pagando pelo arrendamento com produto e conseguindo renda adicional. Este poderia ser um fator fundamental para a sustentabilidade do pequeno produtor. Seria possível produzir amendoim e cana nas mesmas áreas, com benefícios agronômicos, além da geração de emprego e renda”, afirma documento da cooperativa sobre a história do amendoim em Jaboticabal.
Coplana, em Jaboticabal (SP)
Divulgação/Coplana
Em 1994, a Coplana já era uma das principais beneficiadoras do país. Desde então, os investimentos na cultura evoluíram, promovendo ganhos produtivos e em qualidade, e abrindo mercados no exterior.
O professor aposentado de mecanização agrícola Luiz Carlos Beduschi, que defendeu tese de doutorado sobre o amendoim e trabalhou no ramo, afirma que o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues teve papel fundamental, quando foi presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), para que houvesse uma parceria entre os produtores de amendoim e as usinas de açúcar em todo o estado.
“Isso fez com que o amendoim deixasse de ser uma cultura subsidiária e passasse a ser o que é hoje, com índices elevados de exportação e tudo mais.”
Unidade de grãos da Coplana
Divulgação/Coplana
3.Desenvolvimento tecnológico
Para Beduschi, alguns fatores ajudam a explicar o crescimento do cultivo do amendoim em Jaboticabal:
a preocupação com a qualidade genética do grão, a partir da pesquisa de cultivares altamente produtivas;
e a oferta de novos equipamentos, que permitem colheita rápida e secagem, o que diminui o risco de o amendoim mofar por causa do excesso de umidade – já que a colheita é feita, geralmente, em períodos de chuva.
A produtora Izildinha Penariol acompanhou esse processo. Ela conta que os pais eram pequenos agricultores e compraram uma propriedade no começo dos anos 1970. A produção era feita com um trator e alguns cavalos, e a colheita ia para um balaio. “Uma coisa bem rústica”, lembra.
Quando os pais decidiram se mudar para a cidade, a terra foi comprada pelos Penariol, família do marido de Izildinha. Era o início da década de 1980 e já havia alguns equipamentos.
“A gente plantava o amendoim ‘tatuzinho’, que é o rasteiro. Ele era invertido com o trator e chacoalhado manualmente. Depois, vinham as primeiras máquinas e faziam a coleta.”
Quando a Coplana passou a abrir espaço a mais cooperados, que passaram a demandar máquinas mais avançadas, veio a fase da mecanização, o que impulsionou o crescimento dos agricultores. A própria Coplana, que reúne 104 produtores de amendoim, conta com tecnologias que permitem testagens rápidas para monitoramento da contaminação por aflatoxinas, compostos químicos tóxicos ao homem e a animais considerados uma das principais ameaças ao cultivo.
Produção de amendoim em Jaboticabal (SP)
Divulgação/Coplana
“O amendoim é bastante criterioso, exige muito do agricultor. É muito importante o tratamento fitossanitário da cultura, com defensivos certos, na hora certa, porque a gente está numa região bastante sujeita a pragas e doenças”, afirma Bruno Rangel, presidente da cooperativa.
Izildinha foi uma das que cresceram com a tecnologia. “Hoje somos produtores de sementes de amendoim. Trabalhamos com uma média de 600 a 650 hectares. Saímos de 20 mil sacos para 150 mil hoje. A evolução foi muito grande e ela precisa continuar para que a qualidade do amendoim aumente”, afirma.
Para isso, existe uma preocupação: novamente a soja tem remunerado melhor que o amendoim. Tanto que a família já cogitou até mudar de cultura, mas resistiu. “Se a soja estiver remunerando muito bem, o amendoim continuará enfrentando dificuldades para encontrar áreas de produção, já que a soja libera a terra para o plantio de cana com maior antecedência. O produtor da cana quer a terra o quanto antes.”
A luta tem sido diária. “Não podemos deixar a soja tomar conta. É um trabalho que tem que ser feito com muita consciência por toda a região.”
Público visitante da Feira Nacional do Amendoim em Jaboticabal, SP, em 2019
Ewerton Alves
4.Perspectivas
Um dos trabalhos que buscam manter o cultivo do amendoim na região é do professor Pedro Luís Alves, presidente da comissão organizadora da tradicional Feira Nacional do Amendoim, realizada em Jaboticabal em agosto. Um dos principais atrativos do evento é o Encontro sobre a Cultura do Amendoim, congresso voltado a produtores, pesquisadores e estudantes.
“A gente trabalha, na feira, palestras com especialistas de diferentes áreas justamente para tentar motivar o produtor a aumentar a área e a produtividade, já que a demanda do mercado interno é potencial. Pode crescer muito ainda. Então, a nossa intenção é justamente trabalhar isso para dar maior segurança ao produtor, para não ficarmos tão dependentes do mercado externo”, afirma Alves.
No cenário internacional, existe a expectativa de que o Brasil amplie o número de países para os quais exporta. Um deles é a China, maior produtor e consumidor mundial.
Alves lembra que, graças ao encontro – que começou na Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal, instituição que tem papel relevante na cultura, por causa do histórico de pesquisas, antes de ser realizado no atual recinto, a Estação de Eventos Cora Coralina –, foi possível reativar a Câmara Setorial do Amendoim.
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