
População enfrenta lentidão na saúde pública em Ribeirão Preto, sem reajuste na tabela SUS há 17 anoson março 25, 2023 at 6:03 pm
- março 25, 2023 Percentual do repasse do governo federal era de 75% em 2000 e atualmente é de 42%. Filas, demora no atendimento e superlotação são consequências da falta de investimentos, diz especialista. Tabela do SUS com valores repassados aos hospitais não tem reajuste há 17 anos
Com problemas de saúde, a operadora de monitoramento Jaqueline da Silva Alves recorreu à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste em Ribeirão Preto (SP) duas vezes essa semana. Em uma das passagens, precisou aguardar do lado de fora, sentada na calçada, por causa da quantidade de pacientes esperando consulta.
“Acho que está faltando mais médicos. Troca de plantão demora. Tem que vir 7h, 8h da manhã, porque aí sim já dá o andamento”, diz.
A auxiliar de limpeza Jéssica Barbosa de Lima enfrentou superlotação e demora no atendimento na mesma unidade.
“Eu cheguei aqui à meia-noite e saí daqui ontem às 6h da manhã. De tarde eu voltei com a minha filha ruim também. Cheguei à uma da tarde e às quatro horas eu fui embora sem atendimento”, afirma Jéssica.
UPA Oste em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Qualidade baixa
Assim como Jaqueline e Jéssica, milhares de moradores que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentam o problema de unidades lotadas e atendimento lento em Ribeirão Preto.
O médico José Sebastião, especialista em gestão da saúde pública, afirma que o cenário problemático é reflexo dos repasses insuficientes do poder público. Desde 2006, a tabela SUS não é reajustada pelo governo federal, causando um rombo financeiro na operação.
“Prejudica em termos de quantidade, por isso nós temos filas para consultas especializadas, para tratamentos, as filas de cirurgia, e qualidade também. Os prestadores são obrigados às vezes a prestar serviço, mas com deficiência em termos de insumos, exames. Então, a qualidade fica prejudicada”, afirma José Sebastião.
Representantes de hospitais afirmam que a defasagem já chega aos 1000%. Com repasses insuficientes, não é possível fazer melhorias, como ampliar a capacidade de atendimentos ou o quadro de funcionários.
Jéssica Barbosa de Lima reclama de demora no atendimento de UPA em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Falta dinheiro para tudo
A verba do SUS é uma somatória de recursos dos governos municipal, estadual e federal, sendo que o último é responsável pelo maior valor para tratamentos de média e alta complexidade e atenção básica. No entanto, o percentual vem diminuindo. Em 2000, o repasse da União representava 75% dos recursos da saúde pública, mas, atualmente, a proporção é de 42%.
Os hospitais filantrópicos são os mais prejudicados, como é o caso da Beneficência Portuguesa em Ribeirão Preto.
“A solução realmente seria a tabela SUS cobrir pelo menos os custos. A gente, como entidade filantrópica, não via lucro, mas você tem que pagar o preço de mercado. Tem que pagar o salário, tem que usar o gás de cozinha para fazer a refeição do paciente. Então, você imagina 15 anos defasado. Tem que correr atrás dessa parte financeira para você poder fazer a operação correr e atender o beneficiário do SUS, que é o mais importante. A população precisa de saúde”, diz o diretor do hospital Ricardo Marques.
Santa Casa de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Um levantamento da Federação das Santas Casas mostra que a diária paga pelo SUS tem um valor médio de R$ 4 para cada paciente. Valor insuficiente para cobrir os custos.
Para tentar ajudar os hospitais a sair do vermelho, a Prefeitura de Ribeirão Preto anunciou nessa semana a destinação de mais dinheiro para a Santa Casa e a Beneficência Portuguesa.
Até dezembro, a prefeitura vai repassar o total de R$ 20 milhões às duas instituições. A secretária municipal de Saúde, Jane Aparecida Cristina, diz que o montante deve aliviar o déficit das operações.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca
Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e regiãoPercentual do repasse do governo federal era de 75% em 2000 e atualmente é de 42%. Filas, demora no atendimento e superlotação são consequências da falta de investimentos, diz especialista. Tabela do SUS com valores repassados aos hospitais não tem reajuste há 17 anos
Com problemas de saúde, a operadora de monitoramento Jaqueline da Silva Alves recorreu à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste em Ribeirão Preto (SP) duas vezes essa semana. Em uma das passagens, precisou aguardar do lado de fora, sentada na calçada, por causa da quantidade de pacientes esperando consulta.
“Acho que está faltando mais médicos. Troca de plantão demora. Tem que vir 7h, 8h da manhã, porque aí sim já dá o andamento”, diz.
A auxiliar de limpeza Jéssica Barbosa de Lima enfrentou superlotação e demora no atendimento na mesma unidade.
“Eu cheguei aqui à meia-noite e saí daqui ontem às 6h da manhã. De tarde eu voltei com a minha filha ruim também. Cheguei à uma da tarde e às quatro horas eu fui embora sem atendimento”, afirma Jéssica.
UPA Oste em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Qualidade baixa
Assim como Jaqueline e Jéssica, milhares de moradores que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentam o problema de unidades lotadas e atendimento lento em Ribeirão Preto.
O médico José Sebastião, especialista em gestão da saúde pública, afirma que o cenário problemático é reflexo dos repasses insuficientes do poder público. Desde 2006, a tabela SUS não é reajustada pelo governo federal, causando um rombo financeiro na operação.
“Prejudica em termos de quantidade, por isso nós temos filas para consultas especializadas, para tratamentos, as filas de cirurgia, e qualidade também. Os prestadores são obrigados às vezes a prestar serviço, mas com deficiência em termos de insumos, exames. Então, a qualidade fica prejudicada”, afirma José Sebastião.
Representantes de hospitais afirmam que a defasagem já chega aos 1000%. Com repasses insuficientes, não é possível fazer melhorias, como ampliar a capacidade de atendimentos ou o quadro de funcionários.
Jéssica Barbosa de Lima reclama de demora no atendimento de UPA em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Falta dinheiro para tudo
A verba do SUS é uma somatória de recursos dos governos municipal, estadual e federal, sendo que o último é responsável pelo maior valor para tratamentos de média e alta complexidade e atenção básica. No entanto, o percentual vem diminuindo. Em 2000, o repasse da União representava 75% dos recursos da saúde pública, mas, atualmente, a proporção é de 42%.
Os hospitais filantrópicos são os mais prejudicados, como é o caso da Beneficência Portuguesa em Ribeirão Preto.
“A solução realmente seria a tabela SUS cobrir pelo menos os custos. A gente, como entidade filantrópica, não via lucro, mas você tem que pagar o preço de mercado. Tem que pagar o salário, tem que usar o gás de cozinha para fazer a refeição do paciente. Então, você imagina 15 anos defasado. Tem que correr atrás dessa parte financeira para você poder fazer a operação correr e atender o beneficiário do SUS, que é o mais importante. A população precisa de saúde”, diz o diretor do hospital Ricardo Marques.
Santa Casa de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Um levantamento da Federação das Santas Casas mostra que a diária paga pelo SUS tem um valor médio de R$ 4 para cada paciente. Valor insuficiente para cobrir os custos.
Para tentar ajudar os hospitais a sair do vermelho, a Prefeitura de Ribeirão Preto anunciou nessa semana a destinação de mais dinheiro para a Santa Casa e a Beneficência Portuguesa.
Até dezembro, a prefeitura vai repassar o total de R$ 20 milhões às duas instituições. A secretária municipal de Saúde, Jane Aparecida Cristina, diz que o montante deve aliviar o déficit das operações.
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