Paciente na fila por cirurgia no HC de Ribeirão Preto, SP, relata preocupação: ‘Estou desesperada’on março 6, 2022 at 10:00 am

Amélia Vieira Machado é de Guariba, SP, e aguada procedimento há um ano. Segundo médico do hospital, falta de profissionais atrapalha rotina de trabalho. Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, SP, tem filas por cirurgias eletivas
A dona de casa Amélia Vieira Machado é de Guariba (SP) e há um ano está na fila por uma cirurgia no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP).
Ela está preocupada porque tem duas fístulas e ainda não há um prazo para realizar o procedimento no hospital.
“O médico me deixou muito preocupada porque pode ser câncer, dois tumores malignos. Estou tendo muita dor, muita infecção de urina, sangramento. Estou indo no pronto-socorro de Guariba direto. Aqui não faz cirurgia porque não tem UTI. Estou desesperada. Não sei mais a quem recorrer”, disse.
Amélia Vieira Machado, de Guariba, aguarda cirurgia no HC de Ribeirão Preto
Reprodução
Por conta da pandemia de Covid-19, as cirurgias eletivas, consideradas não urgentes, precisaram ser suspensas no Hospital das Clínicas. Até o final de 2021, a espera por um procedimento era de seis meses, com mais de sete mil pacientes na fila. Só em 2020, o número de procedimentos caiu 33,9%.
Com o avanço da vacinação contra o coronavírus, e menos pessoas internadas por conta da doença, algumas cirurgias voltaram, mas a espera ainda é grande em 2022.
O HC foi procurado, mas não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Na fila desde 2020
Assim como Amélia, a filha da dona de casa Elen Daiane de Souza, de Araraquara (SP), também está na fila.
Thayla Gabrielle, de 14 anos, contraiu uma meningite bacteriana aos seis meses de idade e ficou com múltiplas sequelas após a doença. Ela não anda, não fala e, há três anos, se alimenta por uma sonda pelo nariz.
Desde 2020 a família aguarda pelo procedimento cirúrgico no HC para tirar a sonda do nariz e colocar direto no estômago, o que evitaria riscos de pneumonia e outros problemas respiratórios.
No entanto, por conta da pandemia, a cirurgia foi cancelada e ainda está sem data. A família tem um retorno de consulta marcado para março.
“A gente entende, pelo momento que a gente está passando na pandemia, mas a gente tenta dar uma qualidade de vida melhor. Toda vez que tem que passar essa sonda judia, sangra, no calor sua, a sonda sai, acaba sendo um pouco judiado para a Tayla”, afirmou a mãe.
Tayla, de 14 anos, precisa de uma cirurgia no HC de Ribeirão Preto
Reprodução
Falta de profissionais
Para o médico José Sebastião dos Santos, que atua nas unidades campus e de emergência do HC e é professor de medicina da USP, a falta de funcionários atrapalha a sequência dos trabalhos. O déficit no quadro, segundo ele, é de aproximadamente 500 profissionais.
“A falta desses servidores, enfermeiros, anestesiologistas, sem dúvida dificulta os trabalhos das equipes já constituídas. Temos uma redução do número de cirurgia, principalmente das cirurgias eletivas, que o paciente precisa ter seu problema resolvido em um período de até três meses. Agora, essas doenças vão se agravando. O que a gente vê quando dá plantão nos hospitais de urgência é que esses pacientes tiveram condição agravada e aí procuram o serviço de urgência”, explicou.
Segundo ele, na pandemia, uma auditoria interna apontou que a fila de pacientes esperando cirurgia de vesícula chegava a 320 pessoas. No caso de hérnias, eram quase 90.
“Não operamos. Estamos priorizando os tumores e as doenças que as pessoas têm risco de perder algum órgão ou risco de morte (…) Estamos conseguindo fazer a emergência, a urgência, que tem que fazer até 72 horas, e o que chamamos de urgência programada, que temos que fazer em até duas semanas”, disse.
Ainda de acordo com o médico, as unidades campus e de emergência têm, juntas, 36 salas que podem ser utilizadas para cirurgias. Porém, apenas 16 estão sendo usadas.
Médico José Sebastião dos Santos, do HC Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
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%Amélia Vieira Machado é de Guariba, SP, e aguada procedimento há um ano. Segundo médico do hospital, falta de profissionais atrapalha rotina de trabalho. Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, SP, tem filas por cirurgias eletivas
A dona de casa Amélia Vieira Machado é de Guariba (SP) e há um ano está na fila por uma cirurgia no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP).
Ela está preocupada porque tem duas fístulas e ainda não há um prazo para realizar o procedimento no hospital.
“O médico me deixou muito preocupada porque pode ser câncer, dois tumores malignos. Estou tendo muita dor, muita infecção de urina, sangramento. Estou indo no pronto-socorro de Guariba direto. Aqui não faz cirurgia porque não tem UTI. Estou desesperada. Não sei mais a quem recorrer”, disse.
Amélia Vieira Machado, de Guariba, aguarda cirurgia no HC de Ribeirão Preto
Reprodução
Por conta da pandemia de Covid-19, as cirurgias eletivas, consideradas não urgentes, precisaram ser suspensas no Hospital das Clínicas. Até o final de 2021, a espera por um procedimento era de seis meses, com mais de sete mil pacientes na fila. Só em 2020, o número de procedimentos caiu 33,9%.
Com o avanço da vacinação contra o coronavírus, e menos pessoas internadas por conta da doença, algumas cirurgias voltaram, mas a espera ainda é grande em 2022.
O HC foi procurado, mas não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Na fila desde 2020
Assim como Amélia, a filha da dona de casa Elen Daiane de Souza, de Araraquara (SP), também está na fila.
Thayla Gabrielle, de 14 anos, contraiu uma meningite bacteriana aos seis meses de idade e ficou com múltiplas sequelas após a doença. Ela não anda, não fala e, há três anos, se alimenta por uma sonda pelo nariz.
Desde 2020 a família aguarda pelo procedimento cirúrgico no HC para tirar a sonda do nariz e colocar direto no estômago, o que evitaria riscos de pneumonia e outros problemas respiratórios.
No entanto, por conta da pandemia, a cirurgia foi cancelada e ainda está sem data. A família tem um retorno de consulta marcado para março.
“A gente entende, pelo momento que a gente está passando na pandemia, mas a gente tenta dar uma qualidade de vida melhor. Toda vez que tem que passar essa sonda judia, sangra, no calor sua, a sonda sai, acaba sendo um pouco judiado para a Tayla”, afirmou a mãe.
Tayla, de 14 anos, precisa de uma cirurgia no HC de Ribeirão Preto
Reprodução
Falta de profissionais
Para o médico José Sebastião dos Santos, que atua nas unidades campus e de emergência do HC e é professor de medicina da USP, a falta de funcionários atrapalha a sequência dos trabalhos. O déficit no quadro, segundo ele, é de aproximadamente 500 profissionais.
“A falta desses servidores, enfermeiros, anestesiologistas, sem dúvida dificulta os trabalhos das equipes já constituídas. Temos uma redução do número de cirurgia, principalmente das cirurgias eletivas, que o paciente precisa ter seu problema resolvido em um período de até três meses. Agora, essas doenças vão se agravando. O que a gente vê quando dá plantão nos hospitais de urgência é que esses pacientes tiveram condição agravada e aí procuram o serviço de urgência”, explicou.
Segundo ele, na pandemia, uma auditoria interna apontou que a fila de pacientes esperando cirurgia de vesícula chegava a 320 pessoas. No caso de hérnias, eram quase 90.
“Não operamos. Estamos priorizando os tumores e as doenças que as pessoas têm risco de perder algum órgão ou risco de morte (…) Estamos conseguindo fazer a emergência, a urgência, que tem que fazer até 72 horas, e o que chamamos de urgência programada, que temos que fazer em até duas semanas”, disse.
Ainda de acordo com o médico, as unidades campus e de emergência têm, juntas, 36 salas que podem ser utilizadas para cirurgias. Porém, apenas 16 estão sendo usadas.
Médico José Sebastião dos Santos, do HC Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
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