
Médico paciente, enfermeira curada e estudante voluntária: conheça histórias de quem ajuda o Hospital de Amor de Barretos, SPon março 25, 2022 at 10:07 pm
- março 25, 2022 Exercendo a profissão ou com doações, pessoas que já passaram pela instituição ao longo de 60 anos retribuem o atendimento recebido auxiliando nos trabalhos do dia a dia. Hospital de Amor de Barretos: pacientes apontam atendimento acolhedor da instituição
O médico Rafael Balceiro, a enfermeira Thais Costa e a estudante Beatriz Simionato têm em comum a vontade de retribuir ao Hospital de Amor de Barretos (SP) todo o atendimento recebido durante o tratamento contra o câncer.
Seja por meio de doação ou exercendo a profissão, o trio disponibiliza parte do tempo do dia a dia para que outras pessoas tenham a oportunidade de receberem os cuidados na instituição, que completou 60 anos na quinta-feira (24).
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O médico Rafael Balceiro, a enfermeira Thais Costa e a estudante Beatriz Simionato, pacientes do Hospital de Amor de Barretos, SP
Arte g1
Médico e paciente
Oncologista pediátrico, Balceiro foi diagnosticado com melanoma, tipo grave de câncer na pele, em 2018. Funcionário do hospital desde 2016, revelou ao g1 ter ficado desesperado ao passar da condição de médico para paciente.
“Ter conhecimento na área tem horas que ajuda, mas tem horas que é muito ruim. Quando eu fui chamado na consulta e caíram as palavras melanoma, gânglio, pescoço, eu pensei que iria morrer dali seis meses, foi desesperador”.
Balceiro foi operado na unidade e, além de realizar radioterapia, passou por sessões de imunoterapia. Ele foi o primeiro paciente do hospital a ser tratado com o método, oferecido gratuitamente pela primeira vez no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da instituição.
Ainda em tratamento contra a doença, o médico aponta ter sentido o estreitamento de sua relação com os pacientes ao compartilhar dos mesmos medos e inseguranças. Para ele, a vivência trouxe ainda mais empatia para a sua vida.
“Isso de alguma forma acabou estreitando a minha relação com os pacientes. É diferente você dizer que se coloca no lugar da pessoa porque imagina o que ela está passando de você estar passando pela mesma coisa. Isso gera uma empatia muito maior”.
Se antes o médico de 34 anos já admirava a estrutura oferecida pela instituição, após se tratar no local o sentimento ficou ainda maior. Balceiro se considera privilegiado por ter recebido o suporte necessário e também por poder retribuir essa ação por meio de seu trabalho.
“Se eu estou vivo hoje é por causa do hospital e disso não tenho dúvidas. Graças aos profissionais, aos amigos que encontrei aqui e do suporte que a instituição deu ao meu tratamento. Eu tenho essa certeza e esse sentimento de gratidão como paciente e como profissional também”, afirma.
Rafael Balceiro, médico oncologista pediátrico, realizou tratamento contra câncer no Hospital de Amor de Barretos (SP)
Arquivo pessoal/ Rafael Balceiro
Enfermeira por amor
A Thaisa Aparecida Costa só se formou em enfermagem porque quis retribuir todo o atendimento recebido no Hospital de Amor de Barretos, onde foi curada de um linfoma de Hodgkin em 2011.
Diagnosticada um ano antes da cura, Thaisa passou por sessões de quimioterapia e radioterapia. Foi nesse momento que se encantou pela profissão.
“Me encantei com a forma de tratamento e foi brotando no meu coração que eu queria de alguma forma retribuir esses cuidados que foram prestados a mim. Foi meio que um propósito meu com Deus que se a cura fosse me dada eu posteriormente iria atuar na área a saúde”, diz.
Thais deixou a profissão de atendente que exercia no setor laboratorial da Santa Casa da cidade após se formar em enfermagem em 2017. Hoje, aos 30 anos, ela é trabalha no Centro de Intercorrência Ambulatorial (CIA) do Hospital de Amor.
“É um propósito que eu sei que eu atingi com Deus, que é levar esperança para essas pessoas. Hoje eu sei que eu faço isso lá”, afirma.
Segundo a enfermeira, a forma humanizada como a unidade trata os pacientes é uma das ferramentas responsáveis por amenizar o sofrimento do tratamento.
“Minha intenção na área da saúde é servir essas pessoas como retribuição a tudo que o hospital fez para mim. Eu literalmente tenho uma gratidão imensa e sem dúvidas esse hospital é uma benção de Deus, um presente”, aponta.
Thais Aparecida Costa antes e depois de vencer o câncer no Hospital de Amor de Barretos (SP)
Arquivo pessoal/Thais Costa
Memórias da infância
Aos 13 anos, Beatriz Trivelato Simionato carrega uma história de vida de desafios e superações. Com apenas quatro anos, foi diagnosticada e venceu uma forma rara e muito agressiva de câncer, o linfoma de Burkitt.
Descobertos durante uma consulta de rotina, os três linfomas encontrados no abdômen da menina foram tratados com sessões de quimioterapia realizadas durante três meses no Hospital de Amor.
Cerca de dez anos após o tratamento, o período em que travou a batalha contra o câncer é lembrado por Beatriz por meio de uma ótica ainda revestida pela inocência da infância. As brincadeiras são as lembranças mais vivas na memória.
“Só lembro que quando era pequena eu amava brincar pelos corredores do hospital, eu corria para todo lado e quando eles foram raspar meu cabelo eu dava gargalhadas. Os médicos falam que eu era o terror do hospital”, relembra.
Beatriz Trivelato Simionato antes e depois de vencer o câncer no Hospital de Amor de Barretos (SP)
Arquivo pessoal/Cintia Trivelato
No dia 31 de agosto de 2012, a notícia mais aguardada chegou: Beatriz estava curada do câncer e poderia, finalmente, ir embora do hospital. No entanto, apesar da alta, a ligação com a unidade estava longe de terminar.
Desde o fim do tratamento, Beatriz segue realizando acompanhamento na instituição, mas são as ações voluntárias em prol da unidade que mais conectam a adolescente ao local. Quando tinha nove anos, ela arrecadou mais de 5 mil litros de leite para doar a crianças em tratamento.
No ano seguinte, uma campanha de doação de brinquedos foi mobilizada pela menina e os itens arrecadados também foram doados para o hospital. Para o futuro, ela aponta que mais campanhas ainda devem ser idealizadas.
“Eram momentos muito felizes de estar ajudando outras pessoas e deixando os outros mais felizes. Tenho em mente fazer outra campanha e tenho o sonho de ser uma voluntária do hospital, mas por conta da minha idade, eu não posso ainda”, diz.
Beatriz arrecadou leite para o Hospital de Amor de Barretos quanto tinha nove anos
Cintia Trivelato/Arquivo Pessoal
Coroada em 2019 como rainha do Rodeio pela Vida, evento realizado em prol do hospital e demais entidades, Beatriz, que também é aluna de teatro no Instituto Sócio Cultural do Hospital de Amor, acredita ter recebido uma segunda chance de viver ao vencer o câncer.
“Tenho certeza que a cura do câncer para mim foi uma segunda chance, então tudo que eu vou fazer eu tento fazer com muito amor. Eu dou o meu melhor sempre”, afirma.
A menina também é umas debutantes pelo projeto Fadas Madrinhas, inciativa voltada a fazer festas de aniversário para pacientes e ex-pacientes do hospital. Segundo ela, o sentimento de gratidão pela unidade vai além do tratamento recebido e é eterno.
“Minha relação com o hospital é uma relação de gratidão. Espero que eu cresça e consiga ajudar eles da mesma forma que eles me ajudaram”, diz.
Beatriz Trivelato Simionato sonha em se tornar voluntária do Hospital de Amor de Barretos (SP)
Arquivo pessoal/ Cintia Trivelato
*Sob supervisão de Vinícius Alves
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
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Seja por meio de doação ou exercendo a profissão, o trio disponibiliza parte do tempo do dia a dia para que outras pessoas tenham a oportunidade de receberem os cuidados na instituição, que completou 60 anos na quinta-feira (24).
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Oncologista pediátrico, Balceiro foi diagnosticado com melanoma, tipo grave de câncer na pele, em 2018. Funcionário do hospital desde 2016, revelou ao g1 ter ficado desesperado ao passar da condição de médico para paciente.
“Ter conhecimento na área tem horas que ajuda, mas tem horas que é muito ruim. Quando eu fui chamado na consulta e caíram as palavras melanoma, gânglio, pescoço, eu pensei que iria morrer dali seis meses, foi desesperador”.
Balceiro foi operado na unidade e, além de realizar radioterapia, passou por sessões de imunoterapia. Ele foi o primeiro paciente do hospital a ser tratado com o método, oferecido gratuitamente pela primeira vez no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da instituição.
Ainda em tratamento contra a doença, o médico aponta ter sentido o estreitamento de sua relação com os pacientes ao compartilhar dos mesmos medos e inseguranças. Para ele, a vivência trouxe ainda mais empatia para a sua vida.
“Isso de alguma forma acabou estreitando a minha relação com os pacientes. É diferente você dizer que se coloca no lugar da pessoa porque imagina o que ela está passando de você estar passando pela mesma coisa. Isso gera uma empatia muito maior”.
Se antes o médico de 34 anos já admirava a estrutura oferecida pela instituição, após se tratar no local o sentimento ficou ainda maior. Balceiro se considera privilegiado por ter recebido o suporte necessário e também por poder retribuir essa ação por meio de seu trabalho.
“Se eu estou vivo hoje é por causa do hospital e disso não tenho dúvidas. Graças aos profissionais, aos amigos que encontrei aqui e do suporte que a instituição deu ao meu tratamento. Eu tenho essa certeza e esse sentimento de gratidão como paciente e como profissional também”, afirma.
Rafael Balceiro, médico oncologista pediátrico, realizou tratamento contra câncer no Hospital de Amor de Barretos (SP)
Arquivo pessoal/ Rafael Balceiro
Enfermeira por amor
A Thaisa Aparecida Costa só se formou em enfermagem porque quis retribuir todo o atendimento recebido no Hospital de Amor de Barretos, onde foi curada de um linfoma de Hodgkin em 2011.
Diagnosticada um ano antes da cura, Thaisa passou por sessões de quimioterapia e radioterapia. Foi nesse momento que se encantou pela profissão.
“Me encantei com a forma de tratamento e foi brotando no meu coração que eu queria de alguma forma retribuir esses cuidados que foram prestados a mim. Foi meio que um propósito meu com Deus que se a cura fosse me dada eu posteriormente iria atuar na área a saúde”, diz.
Thais deixou a profissão de atendente que exercia no setor laboratorial da Santa Casa da cidade após se formar em enfermagem em 2017. Hoje, aos 30 anos, ela é trabalha no Centro de Intercorrência Ambulatorial (CIA) do Hospital de Amor.
“É um propósito que eu sei que eu atingi com Deus, que é levar esperança para essas pessoas. Hoje eu sei que eu faço isso lá”, afirma.
Segundo a enfermeira, a forma humanizada como a unidade trata os pacientes é uma das ferramentas responsáveis por amenizar o sofrimento do tratamento.
“Minha intenção na área da saúde é servir essas pessoas como retribuição a tudo que o hospital fez para mim. Eu literalmente tenho uma gratidão imensa e sem dúvidas esse hospital é uma benção de Deus, um presente”, aponta.
Thais Aparecida Costa antes e depois de vencer o câncer no Hospital de Amor de Barretos (SP)
Arquivo pessoal/Thais Costa
Memórias da infância
Aos 13 anos, Beatriz Trivelato Simionato carrega uma história de vida de desafios e superações. Com apenas quatro anos, foi diagnosticada e venceu uma forma rara e muito agressiva de câncer, o linfoma de Burkitt.
Descobertos durante uma consulta de rotina, os três linfomas encontrados no abdômen da menina foram tratados com sessões de quimioterapia realizadas durante três meses no Hospital de Amor.
Cerca de dez anos após o tratamento, o período em que travou a batalha contra o câncer é lembrado por Beatriz por meio de uma ótica ainda revestida pela inocência da infância. As brincadeiras são as lembranças mais vivas na memória.
“Só lembro que quando era pequena eu amava brincar pelos corredores do hospital, eu corria para todo lado e quando eles foram raspar meu cabelo eu dava gargalhadas. Os médicos falam que eu era o terror do hospital”, relembra.
Beatriz Trivelato Simionato antes e depois de vencer o câncer no Hospital de Amor de Barretos (SP)
Arquivo pessoal/Cintia Trivelato
No dia 31 de agosto de 2012, a notícia mais aguardada chegou: Beatriz estava curada do câncer e poderia, finalmente, ir embora do hospital. No entanto, apesar da alta, a ligação com a unidade estava longe de terminar.
Desde o fim do tratamento, Beatriz segue realizando acompanhamento na instituição, mas são as ações voluntárias em prol da unidade que mais conectam a adolescente ao local. Quando tinha nove anos, ela arrecadou mais de 5 mil litros de leite para doar a crianças em tratamento.
No ano seguinte, uma campanha de doação de brinquedos foi mobilizada pela menina e os itens arrecadados também foram doados para o hospital. Para o futuro, ela aponta que mais campanhas ainda devem ser idealizadas.
“Eram momentos muito felizes de estar ajudando outras pessoas e deixando os outros mais felizes. Tenho em mente fazer outra campanha e tenho o sonho de ser uma voluntária do hospital, mas por conta da minha idade, eu não posso ainda”, diz.
Beatriz arrecadou leite para o Hospital de Amor de Barretos quanto tinha nove anos
Cintia Trivelato/Arquivo Pessoal
Coroada em 2019 como rainha do Rodeio pela Vida, evento realizado em prol do hospital e demais entidades, Beatriz, que também é aluna de teatro no Instituto Sócio Cultural do Hospital de Amor, acredita ter recebido uma segunda chance de viver ao vencer o câncer.
“Tenho certeza que a cura do câncer para mim foi uma segunda chance, então tudo que eu vou fazer eu tento fazer com muito amor. Eu dou o meu melhor sempre”, afirma.
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