Insônia, pesadelos e busca por justiça: mulher grávida esfaqueada por ex diz viver com medo um mês após ataque no interior de SPon novembro 21, 2024 at 5:04 am
- novembro 21, 2024 Amanda Baldim Ramazini, de 31 anos, diz que acompanha cada passo do processo, mas teme que caso fique impune. Luís Fernando Moreira, de 32 anos, está preso desde o dia do crime. Amanda Baldim Ramazini, Luís Fernando Silveira, Ribeirão Preto (SP), Franca (SP)
Arquivo pessoal
A manhã do dia 21 de outubro de 2024 ainda não saiu da cabeça de Amanda Baldim Ramazini, de 31 anos.
A data, que marcou o maior episódio de violência que ela já viveu na vida, ao ser esfaqueada pelo ex-marido, o engenheiro Luís Fernando Moreira Bentivoglio Silveira, de 32 anos, completa um mês nesta quinta-feira (21), mas ela diz que só se sentirá aliviada quando vê-lo condenado.
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Luís Fernando está preso desde o dia do crime. Nesta semana, a Justiça o tornou réu no processo que o investiga por três tentativas de feminicídio.
Além da ex-mulher, grávida de 4 meses, o engenheiro também atacou a filha de 1 ano e a sogra, Rosana Baldim, de 57.
“[O dia do ataque] não sai da minha mente nem por um minuto. Já esperava que ele se tornaria réu, mas isso não trás alívio. Alívio mesmo, vamos ter após o julgamento e constatarmos que ele ficará preso por bastante tempo. Hoje, ele é uma ameaça para nós, para os meus filhos e toda a sociedade”, diz Amanda.
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Amanda Baldim Ramazini, Ribeirão Preto (SP), Franca (SP)
Arquivo pessoal
Ao g1, Amanda e a mãe revelaram que acompanham de perto todas as movimentações do processo e confiam na justiça.
“Estamos acompanhando de perto todos os passos e movimentações dos processos. Estamos determinadas e confiantes de que a justiça será feita”.
Pesadelos e insônia
Amanda foi esfaqueada pelo ex-marido no apartamento onde os dois viviam com os filhos – um menino de 7 anos e uma menina de 1 -, em um condomínio no Jardim Noêmia, em Franca (SP).
Ela tinha uma medida protetiva contra Luis Fernando e o casal estava separado há um mês. Naquele dia, Amanda estava no imóvel para retirar alguns pertences pessoais, quando foi surpreendida pelo engenheiro. (veja mais abaixo)
No ataque, ela teve um dos pulmões perfurados, levou mais de 100 pontos, 60 pontos só na cabeça, e também foi ferida gravemente no pulso.
Desde o episódio, há um mês, Amanda tem sofrido com insônia e tem tido pesadelos frequentemente.
“Ela não dorme à noite, sente muitas dores no braço onde foi a cirurgia, uma cirurgia complicada e muito mais delicada e comprometedora do que o esperado. Estamos todos sempre em alerta, com medo de alguma coisa nos acontecer. Nos preocupamos muito com as crianças, principalmente”, diz a mãe.
Amanda Baldim Ramazini, Ribeirão Preto (SP), Franca (SP)
Fabio Marchiselli/CBN Ribeirão
‘Incrédulos e tensos’
Amanda e os filhos se mudaram para Ribeirão Preto (SP) semanas antes do ataque, após ela se separar de Luís Fernando, com quem mantinha um relacionamento desde 2017, marcado por humilhações, agressões e até episódios de estupro.
Ela ainda se choca ao lembrar das situações as quais foi submetida ao longo dos anos e, junto com a mãe, luta para que o caso não seja esquecido.
“Estamos todos ainda incrédulos e tensos com tudo o que aconteceu e os desdobramentos. Estamos buscando todas as formas para o que nos aconteceu não seja esquecido e que alcance o máximo de pessoas possível, não só para que a justiça seja feita, mas também para que sirva de exemplo para outras mulheres que estão passando por problemas semelhantes. Estamos determinadas e confiantes de que a justiça será feita”, diz Rosana.
Vítimas atacadas em condomínio
Amanda, a mãe Rosana, e a filha de 1 ano foram atacadas a facadas no dia 21 de outubro, quando estiveram no apartamento onde a mulher vivia com o ex-marido e os filhos, no Jardim Noêmia, em Franca.
Vídeo mostra engenheiro sendo contido após esfaquear ex, filha de 1 ano e sogra em Franca
O casal estava separado havia um mês e Amanda tinha uma medida protetiva contra o engenheiro por conta das agressões anteriores. À época, a defesa de Luis afirmou que o engenheiro estava arrependido do crime.
Segundo Amanda, o filho mais velho completou 7 anos um dia antes e ia comemorar a data na escola. Ela, então, aproveitou que estava em Franca para passar no imóvel para pegar roupas das crianças e fazer a cobertura do bolo que entregaria à professora do menino em seguida.
As três já estavam no apartamento, quando Amanda voltou para o carro buscar o bolo, que estava no porta-malas.
“A gente ia fazer uma cobertura e eu ouvi ela gritar, que o apartamento é no térreo. Ela veio correndo e falou ‘mãe, pega a Aurora que ele chegou, ele está correndo, corre, corre’. Fomos para o único lugar [do imóvel] que tinha chave, que era o banheiro. Foi algo desesperador, porque eu não achei que ele ia arrombar a porta, mas ele arrombou e entrou”, conta Rosana.
Imagens de câmeras de segurança mostram momento em que engenheiro chega correndo atrás da ex, que acabou esfaqueada no banheiro em Franca, SP
Câmeras de segurança/ Arquivo pessoal
Segundo ela, as duas chegaram a implorar para que Luís Fernando parasse. A bebê levou uma facada de raspão, que precisou de quatro pontos, e Rosana também foi atingida na coluna. Amanda foi golpeada por, pelo menos, 20 vezes.
“Nós implorávamos para ele parar. Eu olhando pra minha filha muito atenta para onde ele ia direcionar a faca. Foram momentos desesperadores. Ele estava com um olhar obstinado, eu não conseguia tirar o olhar dele, da faca e da minha filha. É tudo tão rápido e a gente precisa fazer [alguma coisa] muito mais rápido”, diz Rosana.
Amanda chegou a lutar com o ex-marido, o que lhe causou o ferimento grave no pulso. O socorro veio quando vizinhos ouviram os gritos das mulheres e Luís Fernando foi contido.
Ela já tinha revelado a familiares anteriormente que tinha medo que ele pudesse fazer alguma coisa contra ela e os filhos. Dias antes do ataque, Luís Fernando tentou sequestrar o filho mais velho do casal.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto e regiãoAmanda Baldim Ramazini, de 31 anos, diz que acompanha cada passo do processo, mas teme que caso fique impune. Luís Fernando Moreira, de 32 anos, está preso desde o dia do crime. Amanda Baldim Ramazini, Luís Fernando Silveira, Ribeirão Preto (SP), Franca (SP)
Arquivo pessoal
A manhã do dia 21 de outubro de 2024 ainda não saiu da cabeça de Amanda Baldim Ramazini, de 31 anos.
A data, que marcou o maior episódio de violência que ela já viveu na vida, ao ser esfaqueada pelo ex-marido, o engenheiro Luís Fernando Moreira Bentivoglio Silveira, de 32 anos, completa um mês nesta quinta-feira (21), mas ela diz que só se sentirá aliviada quando vê-lo condenado.
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Luís Fernando está preso desde o dia do crime. Nesta semana, a Justiça o tornou réu no processo que o investiga por três tentativas de feminicídio.
Além da ex-mulher, grávida de 4 meses, o engenheiro também atacou a filha de 1 ano e a sogra, Rosana Baldim, de 57.
“[O dia do ataque] não sai da minha mente nem por um minuto. Já esperava que ele se tornaria réu, mas isso não trás alívio. Alívio mesmo, vamos ter após o julgamento e constatarmos que ele ficará preso por bastante tempo. Hoje, ele é uma ameaça para nós, para os meus filhos e toda a sociedade”, diz Amanda.
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Amanda Baldim Ramazini, Ribeirão Preto (SP), Franca (SP)
Arquivo pessoal
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“Estamos acompanhando de perto todos os passos e movimentações dos processos. Estamos determinadas e confiantes de que a justiça será feita”.
Pesadelos e insônia
Amanda foi esfaqueada pelo ex-marido no apartamento onde os dois viviam com os filhos – um menino de 7 anos e uma menina de 1 -, em um condomínio no Jardim Noêmia, em Franca (SP).
Ela tinha uma medida protetiva contra Luis Fernando e o casal estava separado há um mês. Naquele dia, Amanda estava no imóvel para retirar alguns pertences pessoais, quando foi surpreendida pelo engenheiro. (veja mais abaixo)
No ataque, ela teve um dos pulmões perfurados, levou mais de 100 pontos, 60 pontos só na cabeça, e também foi ferida gravemente no pulso.
Desde o episódio, há um mês, Amanda tem sofrido com insônia e tem tido pesadelos frequentemente.
“Ela não dorme à noite, sente muitas dores no braço onde foi a cirurgia, uma cirurgia complicada e muito mais delicada e comprometedora do que o esperado. Estamos todos sempre em alerta, com medo de alguma coisa nos acontecer. Nos preocupamos muito com as crianças, principalmente”, diz a mãe.
Amanda Baldim Ramazini, Ribeirão Preto (SP), Franca (SP)
Fabio Marchiselli/CBN Ribeirão
‘Incrédulos e tensos’
Amanda e os filhos se mudaram para Ribeirão Preto (SP) semanas antes do ataque, após ela se separar de Luís Fernando, com quem mantinha um relacionamento desde 2017, marcado por humilhações, agressões e até episódios de estupro.
Ela ainda se choca ao lembrar das situações as quais foi submetida ao longo dos anos e, junto com a mãe, luta para que o caso não seja esquecido.
“Estamos todos ainda incrédulos e tensos com tudo o que aconteceu e os desdobramentos. Estamos buscando todas as formas para o que nos aconteceu não seja esquecido e que alcance o máximo de pessoas possível, não só para que a justiça seja feita, mas também para que sirva de exemplo para outras mulheres que estão passando por problemas semelhantes. Estamos determinadas e confiantes de que a justiça será feita”, diz Rosana.
Vítimas atacadas em condomínio
Amanda, a mãe Rosana, e a filha de 1 ano foram atacadas a facadas no dia 21 de outubro, quando estiveram no apartamento onde a mulher vivia com o ex-marido e os filhos, no Jardim Noêmia, em Franca.
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O casal estava separado havia um mês e Amanda tinha uma medida protetiva contra o engenheiro por conta das agressões anteriores. À época, a defesa de Luis afirmou que o engenheiro estava arrependido do crime.
Segundo Amanda, o filho mais velho completou 7 anos um dia antes e ia comemorar a data na escola. Ela, então, aproveitou que estava em Franca para passar no imóvel para pegar roupas das crianças e fazer a cobertura do bolo que entregaria à professora do menino em seguida.
As três já estavam no apartamento, quando Amanda voltou para o carro buscar o bolo, que estava no porta-malas.
“A gente ia fazer uma cobertura e eu ouvi ela gritar, que o apartamento é no térreo. Ela veio correndo e falou ‘mãe, pega a Aurora que ele chegou, ele está correndo, corre, corre’. Fomos para o único lugar [do imóvel] que tinha chave, que era o banheiro. Foi algo desesperador, porque eu não achei que ele ia arrombar a porta, mas ele arrombou e entrou”, conta Rosana.
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Câmeras de segurança/ Arquivo pessoal
Segundo ela, as duas chegaram a implorar para que Luís Fernando parasse. A bebê levou uma facada de raspão, que precisou de quatro pontos, e Rosana também foi atingida na coluna. Amanda foi golpeada por, pelo menos, 20 vezes.
“Nós implorávamos para ele parar. Eu olhando pra minha filha muito atenta para onde ele ia direcionar a faca. Foram momentos desesperadores. Ele estava com um olhar obstinado, eu não conseguia tirar o olhar dele, da faca e da minha filha. É tudo tão rápido e a gente precisa fazer [alguma coisa] muito mais rápido”, diz Rosana.
Amanda chegou a lutar com o ex-marido, o que lhe causou o ferimento grave no pulso. O socorro veio quando vizinhos ouviram os gritos das mulheres e Luís Fernando foi contido.
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