
Faxineiro diz ser vítima de intolerância religiosa após pichações em banheiro de universidade em Ribeirão Pretoon março 16, 2022 at 7:28 pm
- março 16, 2022 Mensagens preconceituosas têm como alvo a umbanda, religião praticada pelo funcionário desde criança. Homem registrou boletim de ocorrência e foi transferido para outro local de trabalho. Mensagens contra umbandista foram pichadas em banheiros de universidade de Ribeirão Preto, SP
Redes Sociais
O faxineiro de uma empresa terceirizada que presta serviços à Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) afirma ter sido vítima de intolerância religiosa após encontrar frases contra a umbanda em banheiros da instituição. Ele também relata ter sofrido ameaças.
O funcionário, que não quis se identificar, tem 23 anos e desde criança frequenta um terreiro da cidade junto com familiares.
Ao g1, ele disse que outros funcionários e alunos da Unaerp sabem da religião dele, mas não tem ideia de quem pode ter feito as pichações.
“Eu cheguei no banheiro lá. Eu sou responsável pelo setor de educação física, no Bloco L. Eu subo às 6h e já olho o banheiro para ver como está, se está faltando papel, sabão, essas coisas. Quando eu fui entrar no banheiro dos cadeirantes, tinham vários escritos na porta. Eu fui ver, eram vários escritos falando sobre a religião, que ia ter abaixo-assinado para me tirar de lá. De fato, me tiraram de lá”, afirma.
O faxineiro foi transferido para outro ponto de trabalho da terceirizada e registrou dois boletins de ocorrência sobre o caso como injúria.
Em nota, a Unaerp repudiou a situação e se solidarizou com o profissional. Informou, também, que os serviços de segurança da instituição estão mobilizados na identificação dos autores das mensagens. (Veja mais abaixo)
A empresa terceirizada Resolv condenou qualquer tipo de intolerância. “Somos uma empresa com mais de 8 mil colaboradores das mais diversas raças, religiões, credos, orientação sexual, etc. Mantemos políticas rígidas contrárias a qualquer conduta discriminatória identificada.”
Mensagem preconceituosa pichada na parede de banheiro da Unaerp em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Redes Sociais
Preconceito
Segundo o funcionário, as pichações foram vistas pela primeira vez na segunda-feira (14). De imediato, a supervisora dele e a reitoria da universidade foram acionadas.
Ele conta que foi direcionado ao departamento jurídico da instituição de ensino superior, mas, na visão dele, não encontrou o respaldo necessário para o caso.
“Comuniquei o pessoal da empresa e falaram que não podiam fazer nada. Eu fui para casa, fiz o boletim de ocorrência, voltei na terça-feira para trabalhar e teve uma conversa. Procurei a assessoria jurídica da faculdade, que não deu respaldo nenhum. Conversei com uma pessoa que o que ela dissesse era o respaldo da faculdade, mas ela não falou nada com nada. No final, quis dizer que era só apagar que estava tudo certo.”
Segundo o funcionário, dentre as pichações, estavam frases como ‘Unaerp não aceita macumbeiro’, ”Lixo’, ‘Abaixo-assinado, vai sair daqui’, ‘Preto velho de merda’, ‘Faxineiro do Satanás’.
Além das frases, o faxineiro disse que já ouviu comentários sobre a religião dele em rodas de conversas. Ele também falou que nunca foi agredido fisicamente por conta disso.
“Agressão física não, mas nas anotações da porta tinha ameaça de morte. Quando cheguei ontem [terça-feira], chamei minha supervisora para poder ver, porque tinha uma barra de ferro cortada na frente do meu armário”.
A Resolv afirmou que transferiu o funcionário como forma de protegê-lo até que o caso seja esclarecido. Também informou que o faxineiro será acompanhado por uma assistente social.
“O fato ocorrido, qual seja, uma inscrição discriminatória anônima na porta de um sanitário sem identificação de quem seria o agredido, gerou danos iniciais não só ao denunciante como a todos que professam a mesma religião, bem como a uma instituição e à Resolv. Desta forma, com intuito de proteger o denunciante, ele foi retirado deste local de trabalho até o final da sindicância a ser realizada.”
Mensagem preconceituosa pichada na parede de banheiro da Unaerp em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Redes Sociais
Manifestações na internet
Com a repercussão das imagens nas redes sociais, membros do terreiro frequentado pelo faxineiro e outras pessoas cobraram explicações sobre o caso.
Nos posts, segundo o faxineiro, os perfis da universidade foram marcados, com intuito de a manifestação ganhar visibilidade.
“Depois de várias marcações, eles começaram a ver todos os stories que foram postados por todo mundo, pela galera do meu terreiro onde frequento. Depois de 10 minutos que eles começaram a ver o storie, o pessoal da terceirizada desceu e disse que eu não ia trabalhar mais lá. Eu fiquei super abalado, chocado, porque eu esperava ao menos um amparo, que a empresa fosse parceira e disse que estava junto, que ia ajudar a descobrir. Mas, nesse momento, me deixaram nessa situação sozinho”, lamenta.
Posicionamento da Unaerp
Leia, na íntegra, a nota enviada pela Unaerp à imprensa.
A UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto informa que o profissional citado nas postagens em redes sociais como vítima de intolerância religiosa não é funcionário da Instituição, pertencendo ao quadro funcional de uma empresa parceira terceirizada.
Porém, diante de qualquer manifestação de preconceito e discriminação, e em solidariedade ao profissional, a Universidade veio a público hoje à tarde manifestar seu repúdio.
Informamos ainda que nosso campus universitário, além de alunos e colaboradores diretos e de empresas terceirizadas, recebe diariamente centenas de cidadãs e cidadãos que aqui são atendidos em clínicas, hospital, maternidade, entre outros mais de 30 núcleos de serviços à comunidade que realizam ao longo do ano aproximadamente 500 atendimentos à população.
Desta forma, o campus vivencia diariamente uma intensa movimentação, o que dificulta a identificação de possíveis autores de mensagens discriminatórias, apesar de dispor de um eficiente serviço de segurança e monitoramento por câmeras que, obviamente, respeita a privacidade dos usuários de dependências como vestiários, banheiros e sanitários.
Por fim, esclarecemos que os serviços de segurança da Instituição estão mobilizados para buscar identificar os autores dessas mensagens preconceituosas e que solicitamos à empresa parceira, contratante do profissional, seu posicionamento sobre o ocorrido.
Mais uma vez, a Unaerp reafirma seu papel e sua responsabilidade social como instituição de ensino superior, bem como reafirma seus princípios éticos e de respeitos a todos, repudiando manifestações de violência, agressões, discriminações e preconceitos de qualquer ordem e natureza.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre a região de Ribeirão PretoMensagens preconceituosas têm como alvo a umbanda, religião praticada pelo funcionário desde criança. Homem registrou boletim de ocorrência e foi transferido para outro local de trabalho. Mensagens contra umbandista foram pichadas em banheiros de universidade de Ribeirão Preto, SP
Redes Sociais
O faxineiro de uma empresa terceirizada que presta serviços à Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) afirma ter sido vítima de intolerância religiosa após encontrar frases contra a umbanda em banheiros da instituição. Ele também relata ter sofrido ameaças.
O funcionário, que não quis se identificar, tem 23 anos e desde criança frequenta um terreiro da cidade junto com familiares.
Ao g1, ele disse que outros funcionários e alunos da Unaerp sabem da religião dele, mas não tem ideia de quem pode ter feito as pichações.
“Eu cheguei no banheiro lá. Eu sou responsável pelo setor de educação física, no Bloco L. Eu subo às 6h e já olho o banheiro para ver como está, se está faltando papel, sabão, essas coisas. Quando eu fui entrar no banheiro dos cadeirantes, tinham vários escritos na porta. Eu fui ver, eram vários escritos falando sobre a religião, que ia ter abaixo-assinado para me tirar de lá. De fato, me tiraram de lá”, afirma.
O faxineiro foi transferido para outro ponto de trabalho da terceirizada e registrou dois boletins de ocorrência sobre o caso como injúria.
Em nota, a Unaerp repudiou a situação e se solidarizou com o profissional. Informou, também, que os serviços de segurança da instituição estão mobilizados na identificação dos autores das mensagens. (Veja mais abaixo)
A empresa terceirizada Resolv condenou qualquer tipo de intolerância. “Somos uma empresa com mais de 8 mil colaboradores das mais diversas raças, religiões, credos, orientação sexual, etc. Mantemos políticas rígidas contrárias a qualquer conduta discriminatória identificada.”
Mensagem preconceituosa pichada na parede de banheiro da Unaerp em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Redes Sociais
Preconceito
Segundo o funcionário, as pichações foram vistas pela primeira vez na segunda-feira (14). De imediato, a supervisora dele e a reitoria da universidade foram acionadas.
Ele conta que foi direcionado ao departamento jurídico da instituição de ensino superior, mas, na visão dele, não encontrou o respaldo necessário para o caso.
“Comuniquei o pessoal da empresa e falaram que não podiam fazer nada. Eu fui para casa, fiz o boletim de ocorrência, voltei na terça-feira para trabalhar e teve uma conversa. Procurei a assessoria jurídica da faculdade, que não deu respaldo nenhum. Conversei com uma pessoa que o que ela dissesse era o respaldo da faculdade, mas ela não falou nada com nada. No final, quis dizer que era só apagar que estava tudo certo.”
Segundo o funcionário, dentre as pichações, estavam frases como ‘Unaerp não aceita macumbeiro’, ”Lixo’, ‘Abaixo-assinado, vai sair daqui’, ‘Preto velho de merda’, ‘Faxineiro do Satanás’.
Além das frases, o faxineiro disse que já ouviu comentários sobre a religião dele em rodas de conversas. Ele também falou que nunca foi agredido fisicamente por conta disso.
“Agressão física não, mas nas anotações da porta tinha ameaça de morte. Quando cheguei ontem [terça-feira], chamei minha supervisora para poder ver, porque tinha uma barra de ferro cortada na frente do meu armário”.
A Resolv afirmou que transferiu o funcionário como forma de protegê-lo até que o caso seja esclarecido. Também informou que o faxineiro será acompanhado por uma assistente social.
“O fato ocorrido, qual seja, uma inscrição discriminatória anônima na porta de um sanitário sem identificação de quem seria o agredido, gerou danos iniciais não só ao denunciante como a todos que professam a mesma religião, bem como a uma instituição e à Resolv. Desta forma, com intuito de proteger o denunciante, ele foi retirado deste local de trabalho até o final da sindicância a ser realizada.”
Mensagem preconceituosa pichada na parede de banheiro da Unaerp em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Redes Sociais
Manifestações na internet
Com a repercussão das imagens nas redes sociais, membros do terreiro frequentado pelo faxineiro e outras pessoas cobraram explicações sobre o caso.
Nos posts, segundo o faxineiro, os perfis da universidade foram marcados, com intuito de a manifestação ganhar visibilidade.
“Depois de várias marcações, eles começaram a ver todos os stories que foram postados por todo mundo, pela galera do meu terreiro onde frequento. Depois de 10 minutos que eles começaram a ver o storie, o pessoal da terceirizada desceu e disse que eu não ia trabalhar mais lá. Eu fiquei super abalado, chocado, porque eu esperava ao menos um amparo, que a empresa fosse parceira e disse que estava junto, que ia ajudar a descobrir. Mas, nesse momento, me deixaram nessa situação sozinho”, lamenta.
Posicionamento da Unaerp
Leia, na íntegra, a nota enviada pela Unaerp à imprensa.
A UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto informa que o profissional citado nas postagens em redes sociais como vítima de intolerância religiosa não é funcionário da Instituição, pertencendo ao quadro funcional de uma empresa parceira terceirizada.
Porém, diante de qualquer manifestação de preconceito e discriminação, e em solidariedade ao profissional, a Universidade veio a público hoje à tarde manifestar seu repúdio.
Informamos ainda que nosso campus universitário, além de alunos e colaboradores diretos e de empresas terceirizadas, recebe diariamente centenas de cidadãs e cidadãos que aqui são atendidos em clínicas, hospital, maternidade, entre outros mais de 30 núcleos de serviços à comunidade que realizam ao longo do ano aproximadamente 500 atendimentos à população.
Desta forma, o campus vivencia diariamente uma intensa movimentação, o que dificulta a identificação de possíveis autores de mensagens discriminatórias, apesar de dispor de um eficiente serviço de segurança e monitoramento por câmeras que, obviamente, respeita a privacidade dos usuários de dependências como vestiários, banheiros e sanitários.
Por fim, esclarecemos que os serviços de segurança da Instituição estão mobilizados para buscar identificar os autores dessas mensagens preconceituosas e que solicitamos à empresa parceira, contratante do profissional, seu posicionamento sobre o ocorrido.
Mais uma vez, a Unaerp reafirma seu papel e sua responsabilidade social como instituição de ensino superior, bem como reafirma seus princípios éticos e de respeitos a todos, repudiando manifestações de violência, agressões, discriminações e preconceitos de qualquer ordem e natureza.
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