Entenda a cirurgia que vai separar gêmeas que nasceram unidas pelo crânio em Ribeirão Preto, SPon agosto 9, 2022 at 8:03 am
- agosto 9, 2022 Primeiro dos quatro procedimentos aconteceu no sábado (6) no Hospital das Clínicas, para separar parte das veias que ligam o cérebro. Separação definitiva deve ocorrer em junho de 2023. HC faz 1ª cirurgia para separar gêmeas siamesas em Ribeirão Preto, SP
As gêmeas Alana e Mariah, de 1 ano e 7 meses, que nasceram unidas pela cabeça, passaram pelo primeiro procedimento para separação completa do crânio no sábado (6), quando tiveram parte das veias do cérebro seccionadas para o processo de divisão.
A cirurgia aconteceu no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) e durou cerca de nove horas e trinta minutos.
A expectativa é que dentro de um ano, todo o processo seja finalizado. Até lá, ainda são necessárias, pelo menos, mais três cirurgias para seccionar veias do cérebro que as une e para fechar as cabeças.
Alana e Mariah são acompanhadas por médicos desde a gestação da mãe, Talita Francisco Ventura Sestari, quando médicos identificaram o caso de gêmeas craniópagas.
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‘Sonho colocar uma para dormir e a outra não ter que ir junto sem ter sono’
Primeira etapa de separação de gêmeas é concluída após nove horas
Nesta matéria você vai entender o que são gêmeos craniópagos e como são as etapas da cirurgia que vai separar as meninas.
O que são gêmeos craniópagos?
Quantas cirurgias são necessárias para separar gêmeos unidos pelo crânio?
Quando acontecem as próximas cirurgias?
Por que são necessários intervalos entre uma cirurgia e outra?
Como é o procedimento de secção de veias?
Qual a complexidade do caso?
Quais riscos do pós-operatório
Como será a cirurgia de fechamento do crânio após a separação das veias?
O crânio fica irregular?
Por que a equipe de cirurgia plástica acompanha o procedimento da equipe de neurocirurgia?
1. O que são gêmeos craniópagos?
São gêmeos que nasceram unidos pelo crânio, como é o caso das meninas Alana e Mariah.
A anomalia foi identificada quando a mãe estava na décima semana de gestação das bebês.
As gêmeas Alana e Mariah são acompanhadas pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
A família mora em Piquerobi (SP), mas o parto das crianças ocorreu no Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, instituição que acompanha as irmãs desde 2021.
A incidência, segundo especialistas, é de um caso de gêmeos craniópagos a cada dois milhões de nascimentos.
2. Quantas cirurgias são necessárias para separar gêmeos unidos pelo crânio?
No caso de Alana e Mariah, são necessárias, pelo menos, quatro cirurgias.
A primeira aconteceu no sábado, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, quando foram seccionadas veias do cérebro que liga as duas meninas.
Uma placa de silástico foi implantada para impedir que as partes separadas nesta primeira etapa se unam novamente até o próximo procedimento, que deve acontecer em três meses.
Neurocirurgião Hélio Machado, do HC de Ribeirão Preto (SP), exibe modelos em 3D de cérebro de gêmeas nascidas unidas pela cabeça
Chico Escolano/EPTV
3. Quando acontecem as próximas cirurgias?
De acordo com o neurocirurgião Hélio Rubens Machado, chefe do setor de neurocirurgia pediátrica do HC, as cirurgias precisam de um intervalo de três meses para serem realizadas.
A segunda etapa está prevista para novembro. A terceira etapa deve ocorrer entre o fim de janeiro e o começo do fevereiro e a quarta e última etapa, quando o processo é finalizado, está prevista para ocorrer em junho.
4. Por que são necessários intervalos entre uma cirurgia e outra?
Ainda de acordo com Machado, o intervalo de três meses é necessário para a recuperação do cérebro.
“Isso significa que nós temos que fechar algumas veias e o cérebro tem que se acostumar. E se acostuma. Crianças têm o que a gente chama de neuroplasticidade [capacidade que o sistema nervoso tem de se moldar]. Eles se recuperam, nós precisamos dar esse tempo”.
De acordo com Ana Paula Carlotti, chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Infantil do HC, esses três meses são importantes para que a vasculatura das crianças comece a se desenvolver.
“E dê tempo para formar o que a gente chama de colaterais, para suprir aquelas veias que foram seccionadas, para poder ter uma adaptação cerebral”.
Tecnologia de realidade virtual reproduz interior da cabeça das gêmeas e ajuda médicos a discutir passos das cirurgias no HC de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
5. Como é o procedimento de secção de veias?
As cirurgias às quais as gêmeas são submetidas, como a de sábado e como serão as próximas, é para separar as veias do cérebro, como explica o neurocirurgião.
“O que a gente faz é separar as veias. Imagina a artéria do pescoço, a carótida. Ela leva sangue para o cérebro, mas fica na base. E nós temos que fazer a separação das crianças do topo da cabeça. Então de lá [do topo] para baixo são veias que trazem o sangue. Esse é o grande drama. Veias vão para qualquer lado. Tem um caminho tortuoso, diferente das artérias”.
6. Qual é a complexidade do caso?
Segundo o neurocirurgião, casos como o das gêmeas craniópagas são extremamente raros e complexos.
“Quando a gente tem a nossa formação, trabalhamos com casos que se repetem e, com isso, a gente tem experiência, aprende com o tipo de situação, anatomia dos órgãos. Isso não acontece aqui. Aqui nós estamos falando de um problema que em cada criança, em cada dupla, é completamente diferente do outro. São casos únicos e uma criança fica distorcida em relação a outra. Com isso, não entendemos a anatomia. Por isso que, ao longo dos anos, sempre foi extremamente difícil ter sucesso, porque os grandes cirurgiões se aventuravam e a cirurgia não dava certo. O cirurgião não era capaz de compreender a posição exata”.
Ainda segundo Machado, a tecnologia é, justamente, a importância da fase atual da medicina.
A equipe tem à disposição protótipos exatos do crânio das meninas e consegue identificar as veias internas de cada uma delas.
“Na medicina, as coisas acontecem assim. Às vezes, você tem que esperar o desenvolvimento tecnológico, o conhecimento, para poder resolver problemas que antes não tinham solução. A realidade virtual não mudou nada. Ela trouxe facilidade de compreensão. A grande mudança, absolutamente gigantesca, foi o modelo [feito em impressora 3D a partir da tomografia das cabeças das meninas] que permite que vocês peguem como se fosse o crânio, olhem lá dentro, escolham quais são aquelas veias [que serão separadas]”.
Protótipo dividido em cores representa cérebro de cada uma das meninas e protótipo transparente ajudou equipe médica a olhar cérebro por dentro e identificar veias que serão separadas
Chico Escolano/EPTV
7. Quais são os riscos do pós-operatório?
Ana Paula explica que as meninas estão bem depois da primeira etapa da cirurgia e apresentam boa evolução do pós-operatório.
Mas os riscos desse tipo de procedimento incluem uma série de problemas potenciais, como edema cerebral e isquemia cerebral (falta de suprimento sanguíneo adequado para aquele local onde foram conectadas as veias).
Cerca de 40 profissionais atuaram na primeira cirurgia de Alana e Mariah no Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, SP
Divulgação/HC Ribeirão Preto
Como é uma cirurgia que pode ter várias complicações, é preciso acompanhamento.
“Felizmente, as gêmeas que foram operadas neste final de semana estão evoluindo muito bem. Elas estão respirando espontaneamente, a função cardiovascular está normal e, do ponto de vista neurológico, estão muito bem, acordadas, conversando, estão reconhecendo as pessoas, os familiares, estão contactando bem com a equipe e com a família, movimentando os quatro membros. De tudo que poderia ter acontecido, felizmente está indo muito bem”.
Ainda de acordo com Ana Paula, as crianças vão ficar na UTI por uma semana e depois serão transferidas para a enfermaria.
8. Como será a cirurgia de fechamento do crânio após a separação das veias?
Como um quebra-cabeças, os crânios das gêmeas serão fechados osso por osso, segundo o chefe da Divisão de Cirurgia Plástica, Jayme Farina.
Ele explica que na cirurgia de sábado, a equipe de neurocirurgia separou o “anel” de osso da região que une as meninas.
“Nós vamos receber [o anel de osso] da equipe da neurocirurgia, e a gente delamina como se fossem aquelas bolachas com recheio, que separa no meio. Um pedaço vai para a cabeça de uma. Como um quebra-cabeça, a gente pega vários pedaços de osso e monta, o que eles chamam de cranioplastia, para cobrir o cérebro”.
Modelo real das cabeças das gêmeas ajuda equipe médica a definir locais de inserção para plástica de reconstrução
Chico Escolano/EPTV
No modelo 3D, a equipe médica definiu o local das incisões, importante para demarcação dos retalhos de pele, ainda segundo Farina.
“São tampas que vão fechar as cabecinhas delas na separação final, que vai ocorrer no meio do ano que vem. Desde agora já temos que planejar o local das incisões para que esses retalhos recebam o máximo de irrigação sanguínea com os vasos sanguíneos do couro cabeludo. Sabemos onde passa cada artéria e, quanto mais vasos sanguíneos estiverem nutrindo, melhor”.
9. O crânio fica irregular?
Segundo Farina, sim. Mas o formato vai se ajeitando com o tempo e o crescimento dos ossos.
“No começo, não fica nada muito perfeitinho, mas também não fica nada muito exorbitante. Aquelas gêmeas que nós separamos em 2018 estão muito bem, então a expectativa é muito boa”.
10. Por que a equipe de cirurgia plástica acompanha o procedimento da equipe de neurocirurgia?
Estar presente em todas as etapas até a última, quando finalmente ocorre a cranioplastia é fundamental, segundo Farina. Principalmente por conta das incisões definidas na primeira cirurgia.
“Temos que entrar em todos eles [procedimentos], porque essas incisões são fundamentais. Não podemos cortar aqui e na outra cirurgia achar que não ficou bom e cortar do lado. Aí necrosa a pele entre as duas incisões, então a gente não pode falhar no planejamento das incisões. Por isso que esses modelos [em 3D] são fundamentais, para que a gente consiga saber exatamente onde fazer os cortes”.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e regiãoPrimeiro dos quatro procedimentos aconteceu no sábado (6) no Hospital das Clínicas, para separar parte das veias que ligam o cérebro. Separação definitiva deve ocorrer em junho de 2023. HC faz 1ª cirurgia para separar gêmeas siamesas em Ribeirão Preto, SP
As gêmeas Alana e Mariah, de 1 ano e 7 meses, que nasceram unidas pela cabeça, passaram pelo primeiro procedimento para separação completa do crânio no sábado (6), quando tiveram parte das veias do cérebro seccionadas para o processo de divisão.
A cirurgia aconteceu no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) e durou cerca de nove horas e trinta minutos.
A expectativa é que dentro de um ano, todo o processo seja finalizado. Até lá, ainda são necessárias, pelo menos, mais três cirurgias para seccionar veias do cérebro que as une e para fechar as cabeças.
Alana e Mariah são acompanhadas por médicos desde a gestação da mãe, Talita Francisco Ventura Sestari, quando médicos identificaram o caso de gêmeas craniópagas.
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O que são gêmeos craniópagos?
Quantas cirurgias são necessárias para separar gêmeos unidos pelo crânio?
Quando acontecem as próximas cirurgias?
Por que são necessários intervalos entre uma cirurgia e outra?
Como é o procedimento de secção de veias?
Qual a complexidade do caso?
Quais riscos do pós-operatório
Como será a cirurgia de fechamento do crânio após a separação das veias?
O crânio fica irregular?
Por que a equipe de cirurgia plástica acompanha o procedimento da equipe de neurocirurgia?
1. O que são gêmeos craniópagos?
São gêmeos que nasceram unidos pelo crânio, como é o caso das meninas Alana e Mariah.
A anomalia foi identificada quando a mãe estava na décima semana de gestação das bebês.
As gêmeas Alana e Mariah são acompanhadas pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
A família mora em Piquerobi (SP), mas o parto das crianças ocorreu no Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, instituição que acompanha as irmãs desde 2021.
A incidência, segundo especialistas, é de um caso de gêmeos craniópagos a cada dois milhões de nascimentos.
2. Quantas cirurgias são necessárias para separar gêmeos unidos pelo crânio?
No caso de Alana e Mariah, são necessárias, pelo menos, quatro cirurgias.
A primeira aconteceu no sábado, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, quando foram seccionadas veias do cérebro que liga as duas meninas.
Uma placa de silástico foi implantada para impedir que as partes separadas nesta primeira etapa se unam novamente até o próximo procedimento, que deve acontecer em três meses.
Neurocirurgião Hélio Machado, do HC de Ribeirão Preto (SP), exibe modelos em 3D de cérebro de gêmeas nascidas unidas pela cabeça
Chico Escolano/EPTV
3. Quando acontecem as próximas cirurgias?
De acordo com o neurocirurgião Hélio Rubens Machado, chefe do setor de neurocirurgia pediátrica do HC, as cirurgias precisam de um intervalo de três meses para serem realizadas.
A segunda etapa está prevista para novembro. A terceira etapa deve ocorrer entre o fim de janeiro e o começo do fevereiro e a quarta e última etapa, quando o processo é finalizado, está prevista para ocorrer em junho.
4. Por que são necessários intervalos entre uma cirurgia e outra?
Ainda de acordo com Machado, o intervalo de três meses é necessário para a recuperação do cérebro.
“Isso significa que nós temos que fechar algumas veias e o cérebro tem que se acostumar. E se acostuma. Crianças têm o que a gente chama de neuroplasticidade [capacidade que o sistema nervoso tem de se moldar]. Eles se recuperam, nós precisamos dar esse tempo”.
De acordo com Ana Paula Carlotti, chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Infantil do HC, esses três meses são importantes para que a vasculatura das crianças comece a se desenvolver.
“E dê tempo para formar o que a gente chama de colaterais, para suprir aquelas veias que foram seccionadas, para poder ter uma adaptação cerebral”.
Tecnologia de realidade virtual reproduz interior da cabeça das gêmeas e ajuda médicos a discutir passos das cirurgias no HC de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
5. Como é o procedimento de secção de veias?
As cirurgias às quais as gêmeas são submetidas, como a de sábado e como serão as próximas, é para separar as veias do cérebro, como explica o neurocirurgião.
“O que a gente faz é separar as veias. Imagina a artéria do pescoço, a carótida. Ela leva sangue para o cérebro, mas fica na base. E nós temos que fazer a separação das crianças do topo da cabeça. Então de lá [do topo] para baixo são veias que trazem o sangue. Esse é o grande drama. Veias vão para qualquer lado. Tem um caminho tortuoso, diferente das artérias”.
6. Qual é a complexidade do caso?
Segundo o neurocirurgião, casos como o das gêmeas craniópagas são extremamente raros e complexos.
“Quando a gente tem a nossa formação, trabalhamos com casos que se repetem e, com isso, a gente tem experiência, aprende com o tipo de situação, anatomia dos órgãos. Isso não acontece aqui. Aqui nós estamos falando de um problema que em cada criança, em cada dupla, é completamente diferente do outro. São casos únicos e uma criança fica distorcida em relação a outra. Com isso, não entendemos a anatomia. Por isso que, ao longo dos anos, sempre foi extremamente difícil ter sucesso, porque os grandes cirurgiões se aventuravam e a cirurgia não dava certo. O cirurgião não era capaz de compreender a posição exata”.
Ainda segundo Machado, a tecnologia é, justamente, a importância da fase atual da medicina.
A equipe tem à disposição protótipos exatos do crânio das meninas e consegue identificar as veias internas de cada uma delas.
“Na medicina, as coisas acontecem assim. Às vezes, você tem que esperar o desenvolvimento tecnológico, o conhecimento, para poder resolver problemas que antes não tinham solução. A realidade virtual não mudou nada. Ela trouxe facilidade de compreensão. A grande mudança, absolutamente gigantesca, foi o modelo [feito em impressora 3D a partir da tomografia das cabeças das meninas] que permite que vocês peguem como se fosse o crânio, olhem lá dentro, escolham quais são aquelas veias [que serão separadas]”.
Protótipo dividido em cores representa cérebro de cada uma das meninas e protótipo transparente ajudou equipe médica a olhar cérebro por dentro e identificar veias que serão separadas
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7. Quais são os riscos do pós-operatório?
Ana Paula explica que as meninas estão bem depois da primeira etapa da cirurgia e apresentam boa evolução do pós-operatório.
Mas os riscos desse tipo de procedimento incluem uma série de problemas potenciais, como edema cerebral e isquemia cerebral (falta de suprimento sanguíneo adequado para aquele local onde foram conectadas as veias).
Cerca de 40 profissionais atuaram na primeira cirurgia de Alana e Mariah no Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, SP
Divulgação/HC Ribeirão Preto
Como é uma cirurgia que pode ter várias complicações, é preciso acompanhamento.
“Felizmente, as gêmeas que foram operadas neste final de semana estão evoluindo muito bem. Elas estão respirando espontaneamente, a função cardiovascular está normal e, do ponto de vista neurológico, estão muito bem, acordadas, conversando, estão reconhecendo as pessoas, os familiares, estão contactando bem com a equipe e com a família, movimentando os quatro membros. De tudo que poderia ter acontecido, felizmente está indo muito bem”.
Ainda de acordo com Ana Paula, as crianças vão ficar na UTI por uma semana e depois serão transferidas para a enfermaria.
8. Como será a cirurgia de fechamento do crânio após a separação das veias?
Como um quebra-cabeças, os crânios das gêmeas serão fechados osso por osso, segundo o chefe da Divisão de Cirurgia Plástica, Jayme Farina.
Ele explica que na cirurgia de sábado, a equipe de neurocirurgia separou o “anel” de osso da região que une as meninas.
“Nós vamos receber [o anel de osso] da equipe da neurocirurgia, e a gente delamina como se fossem aquelas bolachas com recheio, que separa no meio. Um pedaço vai para a cabeça de uma. Como um quebra-cabeça, a gente pega vários pedaços de osso e monta, o que eles chamam de cranioplastia, para cobrir o cérebro”.
Modelo real das cabeças das gêmeas ajuda equipe médica a definir locais de inserção para plástica de reconstrução
Chico Escolano/EPTV
No modelo 3D, a equipe médica definiu o local das incisões, importante para demarcação dos retalhos de pele, ainda segundo Farina.
“São tampas que vão fechar as cabecinhas delas na separação final, que vai ocorrer no meio do ano que vem. Desde agora já temos que planejar o local das incisões para que esses retalhos recebam o máximo de irrigação sanguínea com os vasos sanguíneos do couro cabeludo. Sabemos onde passa cada artéria e, quanto mais vasos sanguíneos estiverem nutrindo, melhor”.
9. O crânio fica irregular?
Segundo Farina, sim. Mas o formato vai se ajeitando com o tempo e o crescimento dos ossos.
“No começo, não fica nada muito perfeitinho, mas também não fica nada muito exorbitante. Aquelas gêmeas que nós separamos em 2018 estão muito bem, então a expectativa é muito boa”.
10. Por que a equipe de cirurgia plástica acompanha o procedimento da equipe de neurocirurgia?
Estar presente em todas as etapas até a última, quando finalmente ocorre a cranioplastia é fundamental, segundo Farina. Principalmente por conta das incisões definidas na primeira cirurgia.
“Temos que entrar em todos eles [procedimentos], porque essas incisões são fundamentais. Não podemos cortar aqui e na outra cirurgia achar que não ficou bom e cortar do lado. Aí necrosa a pele entre as duas incisões, então a gente não pode falhar no planejamento das incisões. Por isso que esses modelos [em 3D] são fundamentais, para que a gente consiga saber exatamente onde fazer os cortes”.
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