
Dárcy Vera e ex-marido são condenados à prisão por lavagem de dinheiro em Ribeirão Preto, SPon julho 11, 2022 at 7:43 pm
- julho 11, 2022 Casal e o secretário de Administração na gestão da ex-prefeita foram denunciados por lavar dinheiro desviado da prefeitura na fraude dos honorários. Escândalo foi revelado na Operação Sevandija, em 2016. A ex-prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera
Érico Andrade/G1
A Justiça condenou nesta segunda-feira (11) a ex-prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera, e o ex-marido dela, Mandrison Felix de Almeida Cerqueira, à prisão pelo crime de lavagem de dinheiro.
O casal foi acusado pelo Ministério Público (MP) de lavar cerca de R$ 2,4 milhões de 2013 a 2016, provenientes do esquema da fraude dos honorários advocatícios, na compra de imóveis em Sertãozinho (SP) e na reforma da casa da ex-prefeita no bairro Ribeirania, zona Leste de Ribeirão Preto.
Na sentença expedida nesta segunda-feira pelo juiz Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, Dárcy foi condenada a 19 anos de prisão em regime fechado, e Mandrison pegou cinco anos e quatro meses de reclusão. No entanto, os dois poderão recorrer das penas em liberdade.
O magistrado também condenou Dárcy e Mandrison à perda dos imóveis, bloqueados pela Justiça desde 2016 quando foi deflagrada a Operação Sevandija, que revelou o escândalo de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Na mesma decisão, o ex-secretário de Administração do governo Dárcy, Marco Antônio dos Santos, foi condenado a três anos de cadeia, mas teve a pena substituída por prestação de serviços comunitários.
O que dizem os condenados
Procurada, a defesa de Dárcy Vera não retornou o contato até a última atualização desta matéria.
A defesa de Mandrison Almeida informou que vai recorrer da decisão. “A sentença é absurda, e a defesa tem convicção de que ela será reformada em sede de recurso de apelação no Tribunal de Justiça. O juiz ignora a robusta prova produzida em juízo, que demonstrou a inocência de Mandrison, e interpreta movimentação bancária de Mandrison como ato de lavagem de dinheiro apenas por ter sido ele casado com Dárcy, como se isso fosse o suficiente para incriminá-lo”.
Os advogados de Marco Antônio dos Santos informaram que acreditam na inocência do ex-secretário e que vão recorrer.
Acusação
A denúncia do Ministério Público foi feita à Justiça em 2019. Segundo promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as transações ocorreram de 2013 a 2016, durante o desvio de R$ 45 milhões dos cofres públicos de Ribeirão Preto pagos indevidamente à advogada Maria Zuely Librandi, também condenada em outro desdobramento da Operação Sevandija.
Na continuidade das investigações, o Gaeco analisou as movimentações financeiras da ex-prefeita no mesmo período em que as fraudes foram apontadas pela Operação Sevandija e identificou manobras que, de acordo com os promotores, foram adotadas para despistar órgãos de inteligência financeira como o então denominado Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
De acordo com a acusação, de 2014 a 2016, a ex-prefeita gastou R$ 533.758,34 para reformar a casa de 535 metros quadrados no bairro Ribeirânia. Segundo os promotores, todos os serviços foram pagos exclusivamente em dinheiro, em quantias fracionadas, sem registro fiscal e contábil, e algumas vezes na sede do então PSD, partido de Dárcy, com o objetivo de ocultar a fonte dos recursos, a propina paga na fraude dos honorários.
Os promotores também acusaram o pagamento de R$ 140 mil em honorários a um advogado particular que atuou em pelo menos 75 ações de Dárcy. Os pagamentos foram feitos em 2013 e em 2014 com três cheques entregues pelo ex-secretário Marco Antônio dos Santos, mas em nome do escritório de advocacia de Maria Zuely Librandi.
“Para liquidar essa dívida sem revelar a fonte do dinheiro, a prefeita optou por fazê-la com cheques com cláusula “à ordem” em branco, o que implica dizer que o depósito ou levantamento do cheque poderia ser feito por qualquer pessoa que o apresentasse ao banco e, com isso, evitar que o verdadeiro beneficiário – o que recebera a cártula a título de propina – fosse anotado no título, a camuflar a origem e a natureza do dinheiro ilícito”, explicaram os promotores na época.
O Gaeco também identificou ainda mais de R$ 1 milhão em depósitos fracionados e transferências que serviram para despistar as autoridades sobre a origem ilícita do dinheiro.
Desse montante, R$ 190.336,88 foram de 110 depósitos feitos entre março de 2013 a agosto de 2016 em cinco contas bancárias diferentes da ex-prefeita, em uma técnica chamada pelos investigadores de smurfing ou estruturação, e que evitavam que valores iguais ou superiores a R$ 50 mil fossem identificados e despertassem suspeitas do Coaf.
Utilizando a mesma estratégia, de acordo com o Gaeco, outros R$ 810.865,49 em 210 depósitos movimentaram sete contas bancárias de Mandrison entre janeiro de 2013 e 2016.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e regiãoCasal e o secretário de Administração na gestão da ex-prefeita foram denunciados por lavar dinheiro desviado da prefeitura na fraude dos honorários. Escândalo foi revelado na Operação Sevandija, em 2016. A ex-prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera
Érico Andrade/G1
A Justiça condenou nesta segunda-feira (11) a ex-prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera, e o ex-marido dela, Mandrison Felix de Almeida Cerqueira, à prisão pelo crime de lavagem de dinheiro.
O casal foi acusado pelo Ministério Público (MP) de lavar cerca de R$ 2,4 milhões de 2013 a 2016, provenientes do esquema da fraude dos honorários advocatícios, na compra de imóveis em Sertãozinho (SP) e na reforma da casa da ex-prefeita no bairro Ribeirania, zona Leste de Ribeirão Preto.
Na sentença expedida nesta segunda-feira pelo juiz Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, Dárcy foi condenada a 19 anos de prisão em regime fechado, e Mandrison pegou cinco anos e quatro meses de reclusão. No entanto, os dois poderão recorrer das penas em liberdade.
O magistrado também condenou Dárcy e Mandrison à perda dos imóveis, bloqueados pela Justiça desde 2016 quando foi deflagrada a Operação Sevandija, que revelou o escândalo de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Na mesma decisão, o ex-secretário de Administração do governo Dárcy, Marco Antônio dos Santos, foi condenado a três anos de cadeia, mas teve a pena substituída por prestação de serviços comunitários.
O que dizem os condenados
Procurada, a defesa de Dárcy Vera não retornou o contato até a última atualização desta matéria.
A defesa de Mandrison Almeida informou que vai recorrer da decisão. “A sentença é absurda, e a defesa tem convicção de que ela será reformada em sede de recurso de apelação no Tribunal de Justiça. O juiz ignora a robusta prova produzida em juízo, que demonstrou a inocência de Mandrison, e interpreta movimentação bancária de Mandrison como ato de lavagem de dinheiro apenas por ter sido ele casado com Dárcy, como se isso fosse o suficiente para incriminá-lo”.
Os advogados de Marco Antônio dos Santos informaram que acreditam na inocência do ex-secretário e que vão recorrer.
Acusação
A denúncia do Ministério Público foi feita à Justiça em 2019. Segundo promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as transações ocorreram de 2013 a 2016, durante o desvio de R$ 45 milhões dos cofres públicos de Ribeirão Preto pagos indevidamente à advogada Maria Zuely Librandi, também condenada em outro desdobramento da Operação Sevandija.
Na continuidade das investigações, o Gaeco analisou as movimentações financeiras da ex-prefeita no mesmo período em que as fraudes foram apontadas pela Operação Sevandija e identificou manobras que, de acordo com os promotores, foram adotadas para despistar órgãos de inteligência financeira como o então denominado Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
De acordo com a acusação, de 2014 a 2016, a ex-prefeita gastou R$ 533.758,34 para reformar a casa de 535 metros quadrados no bairro Ribeirânia. Segundo os promotores, todos os serviços foram pagos exclusivamente em dinheiro, em quantias fracionadas, sem registro fiscal e contábil, e algumas vezes na sede do então PSD, partido de Dárcy, com o objetivo de ocultar a fonte dos recursos, a propina paga na fraude dos honorários.
Os promotores também acusaram o pagamento de R$ 140 mil em honorários a um advogado particular que atuou em pelo menos 75 ações de Dárcy. Os pagamentos foram feitos em 2013 e em 2014 com três cheques entregues pelo ex-secretário Marco Antônio dos Santos, mas em nome do escritório de advocacia de Maria Zuely Librandi.
“Para liquidar essa dívida sem revelar a fonte do dinheiro, a prefeita optou por fazê-la com cheques com cláusula “à ordem” em branco, o que implica dizer que o depósito ou levantamento do cheque poderia ser feito por qualquer pessoa que o apresentasse ao banco e, com isso, evitar que o verdadeiro beneficiário – o que recebera a cártula a título de propina – fosse anotado no título, a camuflar a origem e a natureza do dinheiro ilícito”, explicaram os promotores na época.
O Gaeco também identificou ainda mais de R$ 1 milhão em depósitos fracionados e transferências que serviram para despistar as autoridades sobre a origem ilícita do dinheiro.
Desse montante, R$ 190.336,88 foram de 110 depósitos feitos entre março de 2013 a agosto de 2016 em cinco contas bancárias diferentes da ex-prefeita, em uma técnica chamada pelos investigadores de smurfing ou estruturação, e que evitavam que valores iguais ou superiores a R$ 50 mil fossem identificados e despertassem suspeitas do Coaf.
Utilizando a mesma estratégia, de acordo com o Gaeco, outros R$ 810.865,49 em 210 depósitos movimentaram sete contas bancárias de Mandrison entre janeiro de 2013 e 2016.
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