
Cuidados com higiene bucal durante internação em UTIs reduzem risco de óbito, diz USPon fevereiro 13, 2022 at 10:00 am
- fevereiro 13, 2022 Em 2019, HC de Ribeirão Preto, SP, mudou protocolo de atendimento em pacientes internados e percebeu queda de 21,4% nos óbitos. Resultados foram publicados em janeiro no American Journal of Infection Control (Ajic). Estudo mostra que higiene bucal diminui risco de morte em internados
Um estudo feito pela Faculdade de Medicina e Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto (SP) comprovou que cuidados com a higiene bucal durante a internação de pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI) reduzem o risco de óbitos.
A pesquisa foi realizada em 2019 nas UTIs do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto no campus e na ala de emergência. Foram analisados pacientes com doenças crônicas, em situação de pós-operatório, que sofrem de politraumatismo ou infecções graves.
Os resultados foram publicados em janeiro deste ano em um artigo no American Journal of Infection Control (Ajic).
O estudo
Até 2018, o procedimento de atendimento odontológico nas UTIs do HC era de higiene bucal e limpeza três vezes ao dia com uma espátula com gaze. O material era usado com uma solução de clorexidina, um tipo de antisséptico.
Os dentistas visitavam os pacientes de acordo com as necessidades. Eram feitas remoções de dentes comprometidos e drenagens.
Depois, em 2019, como parte do estudo, um novo protocolo de cuidados bucais foi desenvolvido, incluindo a presença mais constante dos profissionais, segundo a cirurgiã-dentista Wanessa Teixeira Bellisimo Rodrigues, responsável pela pesquisa.
“Nós fazíamos um trabalho que a gente denomina de assistência odontológica horizontal. A gente [dentistas] atendia o paciente desde o início da internação até a alta desse paciente da unidade realizando o que a gente chama de higiene oral de qualidade, associada ao tratamento odontológico”.
Estudo da USP relaciona cuidados com higiene bucal e mortes em UTIs em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
A espátula com gaze foi substituída por escovas de dente com cabeças de tamanhos diferentes, já que o material anterior não acessava todas as partes da cavidade oral, facilitando infecções por vírus e bactérias.
“[Usamos] Escovas com cabeça de tamanhos diferentes, para que a gente pudesse, por exemplo, utilizar uma cabeça pequena para acessar todas as regiões dos dentes dos pacientes intubado. O paciente que não estivesse intubado podia usar uma escova de cabeça grande”.
Outro equipamento usado foi um raspador lingual, capaz de remover com maior eficiência o saburro da língua, ou seja, uma massa com células da boca, sangue, bactérias, saliva e restos de alimentos.
Além disso, uma esponja de swab oral para limpar as mucosas foi usada, assim como gaze, água específica para enxágue, pasta de dente e material para hidratar o lábio.
“Também implementamos o sugador odontológico. Durante essa higiene, é importante que todo o líquido gerado seja sugado para não deixar com que esse resíduo chegue até o pulmão do paciente”, explicou Wanessa.
Cirurgiã-dentista Wanessa Teixeira Bellisimo Rodrigues mostra novos equipamentos para saúde bucal no HC Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Queda de 21,4%
A pesquisa comprovou que houve uma redução de 21,4% das mortes em UTIs clínico-cirúrgica, no HC campus, após o uso do novo protocolo de saúde bucal, usado até hoje. A mortalidade, que em anos anteriores era em média de 36,28% foi para 28,52%, segundo Wanessa.
“A gente intervia em algumas doenças bucais, principalmente a doença periodontal, fazíamos extração de dente com mobilidade, risco de aspiração, dentes com infecção aguda. Com esse trabalho, a gente conseguia fazer uma redução de uma carga microbiana na cavidade oral. A gente fazia o controle dessas doenças e isso repercutiu favoravelmente na prevenção de óbitos”.
Na UTI da unidade de emergência também houve queda, mas não foi estatisticamente significativa devido à gravidade dos pacientes atendidos.
“Nós atribuímos essa diferença ao perfil clínico dos pacientes. A UTI do campus é UTI clínico-cirúrgica de adultos e ela interna pacientes de doenças crônicas descompensadas ou paciente em pós-operatório de grande cirurgia, diferente da UTI da unidade de emergência, que atende pacientes com doenças agudas ou resultantes de um poli traumatismo. Então, a gente atribui essa diferença ao perfil clínico dos pacientes”.
Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/EPTV
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre a região de Ribeirão PretoEm 2019, HC de Ribeirão Preto, SP, mudou protocolo de atendimento em pacientes internados e percebeu queda de 21,4% nos óbitos. Resultados foram publicados em janeiro no American Journal of Infection Control (Ajic). Estudo mostra que higiene bucal diminui risco de morte em internados
Um estudo feito pela Faculdade de Medicina e Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto (SP) comprovou que cuidados com a higiene bucal durante a internação de pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI) reduzem o risco de óbitos.
A pesquisa foi realizada em 2019 nas UTIs do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto no campus e na ala de emergência. Foram analisados pacientes com doenças crônicas, em situação de pós-operatório, que sofrem de politraumatismo ou infecções graves.
Os resultados foram publicados em janeiro deste ano em um artigo no American Journal of Infection Control (Ajic).
O estudo
Até 2018, o procedimento de atendimento odontológico nas UTIs do HC era de higiene bucal e limpeza três vezes ao dia com uma espátula com gaze. O material era usado com uma solução de clorexidina, um tipo de antisséptico.
Os dentistas visitavam os pacientes de acordo com as necessidades. Eram feitas remoções de dentes comprometidos e drenagens.
Depois, em 2019, como parte do estudo, um novo protocolo de cuidados bucais foi desenvolvido, incluindo a presença mais constante dos profissionais, segundo a cirurgiã-dentista Wanessa Teixeira Bellisimo Rodrigues, responsável pela pesquisa.
“Nós fazíamos um trabalho que a gente denomina de assistência odontológica horizontal. A gente [dentistas] atendia o paciente desde o início da internação até a alta desse paciente da unidade realizando o que a gente chama de higiene oral de qualidade, associada ao tratamento odontológico”.
Estudo da USP relaciona cuidados com higiene bucal e mortes em UTIs em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
A espátula com gaze foi substituída por escovas de dente com cabeças de tamanhos diferentes, já que o material anterior não acessava todas as partes da cavidade oral, facilitando infecções por vírus e bactérias.
“[Usamos] Escovas com cabeça de tamanhos diferentes, para que a gente pudesse, por exemplo, utilizar uma cabeça pequena para acessar todas as regiões dos dentes dos pacientes intubado. O paciente que não estivesse intubado podia usar uma escova de cabeça grande”.
Outro equipamento usado foi um raspador lingual, capaz de remover com maior eficiência o saburro da língua, ou seja, uma massa com células da boca, sangue, bactérias, saliva e restos de alimentos.
Além disso, uma esponja de swab oral para limpar as mucosas foi usada, assim como gaze, água específica para enxágue, pasta de dente e material para hidratar o lábio.
“Também implementamos o sugador odontológico. Durante essa higiene, é importante que todo o líquido gerado seja sugado para não deixar com que esse resíduo chegue até o pulmão do paciente”, explicou Wanessa.
Cirurgiã-dentista Wanessa Teixeira Bellisimo Rodrigues mostra novos equipamentos para saúde bucal no HC Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Queda de 21,4%
A pesquisa comprovou que houve uma redução de 21,4% das mortes em UTIs clínico-cirúrgica, no HC campus, após o uso do novo protocolo de saúde bucal, usado até hoje. A mortalidade, que em anos anteriores era em média de 36,28% foi para 28,52%, segundo Wanessa.
“A gente intervia em algumas doenças bucais, principalmente a doença periodontal, fazíamos extração de dente com mobilidade, risco de aspiração, dentes com infecção aguda. Com esse trabalho, a gente conseguia fazer uma redução de uma carga microbiana na cavidade oral. A gente fazia o controle dessas doenças e isso repercutiu favoravelmente na prevenção de óbitos”.
Na UTI da unidade de emergência também houve queda, mas não foi estatisticamente significativa devido à gravidade dos pacientes atendidos.
“Nós atribuímos essa diferença ao perfil clínico dos pacientes. A UTI do campus é UTI clínico-cirúrgica de adultos e ela interna pacientes de doenças crônicas descompensadas ou paciente em pós-operatório de grande cirurgia, diferente da UTI da unidade de emergência, que atende pacientes com doenças agudas ou resultantes de um poli traumatismo. Então, a gente atribui essa diferença ao perfil clínico dos pacientes”.
Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/EPTV
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