Com greve dos ônibus em Ribeirão Preto, passageiros pagam até R$ 40 por corrida de aplicativo: ‘Pagando para trabalhar’on fevereiro 8, 2022 at 4:41 pm
- fevereiro 8, 2022Paralisação de motoristas nesta terça-feira (7) pegou usuários do transporte público de surpresa. Categoria reivindica pagamento integral do salário de janeiro. Usuários de aplicativos de transporte alternativo reclamam de preços altos em Ribeirão
Sem ônibus por causa da greve dos motoristas em Ribeirão Preto (SP), usuários do transporte público desembolsaram até R$ 90 com carros de aplicativo para chegar ao trabalho nesta terça-feira (8).
A diarista Almira Vieira pagou R$ 40 para ir do Centro ao bairro onde trabalha. Com ida e volta, ela gastaria o equivalente ao dia de faxina.
“Eles estão pedindo R$ 40, e a diária [de trabalho] é R$ 100, não pagam mais do que isso. Estou pagando para trabalhar”, afirma.
Claudia Armino também precisou tirar dinheiro do bolso porque foi pega de surpresa com a paralisação dos motoristas. “Está bem caro, está saindo R$ 40, R$ 50, e era para ser R$ 7 [normalmente].
Greve por salários
A greve da categoria afeta 113,7 mil usuários e é provocada pela falta de pagamentos dos salários referentes a janeiro. Na sexta-feira (4), o Consórcio ProUrbano, que detém a operação do transporte público, depositou 50% do valor.
Em nota, informou que as dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa impossibilitaram o pagamento integral. O consórcio informou ainda que o restante seria pago conforme a arrecadação dos próximos dias.
Na segunda-feira (7), diante da imprevisibilidade do pagamento da outra metade dos salários, os motoristas fizeram uma paralisação de duas horas. Os ônibus deixaram de circular e os usuários reclamaram de atrasos por toda a cidade. Já nesta terça nenhum veículo saiu das garagens das empresas.
Segundo o presidente do sindicato da categoria, João Henrique Bueno, representantes das empresas chegaram a propor para 18 de fevereiro o pagamento da outra metade do salário, mas os motoristas recusaram o acordo.
Ainda segundo Bueno, as empresas informaram que não têm previsão para pagar o salário de fevereiro.
“A greve continua por tempo indeterminado, até que os patrões nos apresentem uma proposta condizente e/ou que apareça uma decisão judicial determinando um percentual que rode, uma vez o transporte público é um serviço essencial”, afirma Bueno.
Mais transtornos
A paralisação de última hora pegou muita gente desavisada nos pontos de ônibus. A inspetora de escola Luiza Verardo, que mora em Serra Azul (SP), viajou até Ribeirão Preto para passar por uma consulta marcada há dois meses. Ao chegar ao terminal, teve que gastar mais para chegar ao endereço do médico.
“Vamos pegar um mototáxi. Eu nem sabia que não tinha ônibus, estou sabendo por você”, disse ao responder ao repórter Guilherme Leoni, da EPTV.
Dona de uma marmitaria no bairro Nova Aliança, Marília Villares pagou as despesas com o transporte de 100% dos funcionários nesta terça-feira. Só uma corrida ficaria em R$ 90 do bairro Ipiranga, zona Norte, até o trabalho, na zona Sul.
“Normalmente, ela [funcionária] pagaria R$ 25. Nós esperamos para ver se abaixava o preço no aplicativo, mas não abaixou. Eu pedi que um entregador meu fizesse uma corrida para buscá-la em casa.”
Marília diz que pensou em não abrir, mas que a responsabilidade com os clientes falou mais alto.
“A gente fornece marmitas para escolas, então não é só o meu negócio. Tenho responsabilidade com meu cliente, vários idosos que as famílias já deixam pagos, que dependem do nosso almoço. É mais um prejuízo que a empresa vai ter que arcar.”
Previsão de restabelecimento
Marília espera que o transporte público volte a funcionar na quarta-feira, mesmo que parcialmente. Ela acha justa a reivindicação dos motoristas, mas espera que o serviço possa ser restabelecido pelo menos nos horários de pico.
“É óbvio que eles têm que protestar pelo que é direito, eles só querem receber uma coisa que eles trabalharam. A gente entende e apoia todos eles, mas espera que haja uma contrapartida.”Paralisação de motoristas nesta terça-feira (7) pegou usuários do transporte público de surpresa. Categoria reivindica pagamento integral do salário de janeiro. Usuários de aplicativos de transporte alternativo reclamam de preços altos em Ribeirão
Sem ônibus por causa da greve dos motoristas em Ribeirão Preto (SP), usuários do transporte público desembolsaram até R$ 90 com carros de aplicativo para chegar ao trabalho nesta terça-feira (8).
A diarista Almira Vieira pagou R$ 40 para ir do Centro ao bairro onde trabalha. Com ida e volta, ela gastaria o equivalente ao dia de faxina.
“Eles estão pedindo R$ 40, e a diária [de trabalho] é R$ 100, não pagam mais do que isso. Estou pagando para trabalhar”, afirma.
Claudia Armino também precisou tirar dinheiro do bolso porque foi pega de surpresa com a paralisação dos motoristas. “Está bem caro, está saindo R$ 40, R$ 50, e era para ser R$ 7 [normalmente].
Greve por salários
A greve da categoria afeta 113,7 mil usuários e é provocada pela falta de pagamentos dos salários referentes a janeiro. Na sexta-feira (4), o Consórcio ProUrbano, que detém a operação do transporte público, depositou 50% do valor.
Em nota, informou que as dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa impossibilitaram o pagamento integral. O consórcio informou ainda que o restante seria pago conforme a arrecadação dos próximos dias.
Na segunda-feira (7), diante da imprevisibilidade do pagamento da outra metade dos salários, os motoristas fizeram uma paralisação de duas horas. Os ônibus deixaram de circular e os usuários reclamaram de atrasos por toda a cidade. Já nesta terça nenhum veículo saiu das garagens das empresas.
Segundo o presidente do sindicato da categoria, João Henrique Bueno, representantes das empresas chegaram a propor para 18 de fevereiro o pagamento da outra metade do salário, mas os motoristas recusaram o acordo.
Ainda segundo Bueno, as empresas informaram que não têm previsão para pagar o salário de fevereiro.
“A greve continua por tempo indeterminado, até que os patrões nos apresentem uma proposta condizente e/ou que apareça uma decisão judicial determinando um percentual que rode, uma vez o transporte público é um serviço essencial”, afirma Bueno.
Mais transtornos
A paralisação de última hora pegou muita gente desavisada nos pontos de ônibus. A inspetora de escola Luiza Verardo, que mora em Serra Azul (SP), viajou até Ribeirão Preto para passar por uma consulta marcada há dois meses. Ao chegar ao terminal, teve que gastar mais para chegar ao endereço do médico.
“Vamos pegar um mototáxi. Eu nem sabia que não tinha ônibus, estou sabendo por você”, disse ao responder ao repórter Guilherme Leoni, da EPTV.
Dona de uma marmitaria no bairro Nova Aliança, Marília Villares pagou as despesas com o transporte de 100% dos funcionários nesta terça-feira. Só uma corrida ficaria em R$ 90 do bairro Ipiranga, zona Norte, até o trabalho, na zona Sul.
“Normalmente, ela [funcionária] pagaria R$ 25. Nós esperamos para ver se abaixava o preço no aplicativo, mas não abaixou. Eu pedi que um entregador meu fizesse uma corrida para buscá-la em casa.”
Marília diz que pensou em não abrir, mas que a responsabilidade com os clientes falou mais alto.
“A gente fornece marmitas para escolas, então não é só o meu negócio. Tenho responsabilidade com meu cliente, vários idosos que as famílias já deixam pagos, que dependem do nosso almoço. É mais um prejuízo que a empresa vai ter que arcar.”
Previsão de restabelecimento
Marília espera que o transporte público volte a funcionar na quarta-feira, mesmo que parcialmente. Ela acha justa a reivindicação dos motoristas, mas espera que o serviço possa ser restabelecido pelo menos nos horários de pico.
“É óbvio que eles têm que protestar pelo que é direito, eles só querem receber uma coisa que eles trabalharam. A gente entende e apoia todos eles, mas espera que haja uma contrapartida.”
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