Após aluna denunciar colega por racismo, mais dez estudantes relatam casos semelhantes na USP em Ribeirão Pretoon dezembro 11, 2025 at 10:44 pm

Após denúncia de racismo na USP em Ribeirão Preto, surgem novos relatos
Depois que a estudante de nutrição Priscila Motta da Rocha Antônio denunciar uma colega de sala por racismo em uma rede social nesta semana, pelo menos outros dez jovens procuraram a cientista social Jéssica Machado para dizer que viveram situações parecidas dentro da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP).
Foi Jéssica quem publicou o relato de Priscila na segunda-feira (8) e o post rapidamente viralizou. Entre os comentários, há mensagens de apoio e de pessoas que afirmam já terem passado por casos semelhantes.
“As pessoas se reconhecerem na postagem, o que foi escrito ali, o que a Priscila vivenciou, e sentiram confiança de trazer isso. Tive denúncias de professores para alunos, de alunos com alunos, pessoas que fizeram relatos que acabaram desistindo do curso dentro da USP. Uma coisa que me surpreendeu foi de ser da USP aqui de Ribeirão Preto”.
Jéssica diz que orientou as vítimas a procurarem os canais oficiais da universidade para registrarem as denúncias. Segundo ela, muitas das pessoas não sabiam os caminhos para formalizarem os ataques.
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“Muitas pessoas não sabiam que tinham canais dentro da USP para poder fazer essa denúncia. As pessoas não sabiam os caminhos e, ao mesmo tempo, não sabiam o quão inóspito é o ambiente para os alunos que estão ali, sejam cotistas ou não, dentro da USP”.
Na quarta-feira (9), a USP promoveu uma reunião on-line com o Conselho de Direitos Humanos para discutir o caso. Além da presidente do CDH, estiveram presente Priscila e Jéssica e mais três professoras, duas integrantes do Coletivo USP e uma integrante Rojune (Rolê da Juventude Negra e Periférica).
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Na conversa, a estudante voltou a relatar os episódios de racismo que afirma ter sofrido e discutiu medidas para que possa retornar às aulas depois de quase um semestre afastada. A USP não informou que medidas serão tomadas contra a aluna apontada como autora das agressões.
Priscila Motta da Rocha Antônio, estudante de nutrição da USP Ribeirão Preto, SP
Jefferson Neves/EPTV
Priscila registrou um boletim de ocorrência nesta quinta-feira (10). Advogado da jovem, Everton Luis dos Reis Francisco disse que a agressora deve ser acionada para responder criminalmente.
Em nota à EPTV, afiliada da TV Globo, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) informou que o processo foi encaminhado para instâncias superiores para apuração dos fatos e aplicação de possíveis medidas administrativas.
‘O problema é a nossa cor’
À EPTV, Jéssica revelou que um dos relatos que eu recebeu foi de uma aluna que foi chamada de cotista por uma professora.
“Chamou ela, na frente de todo mundo, de cotista por ser uma mulher negra de pele mais clara. Ela falou ‘eu não sou cotista, professora’. E a partir disso, ela vem sentindo esse preconceito, os alunos um pouco mais distante, ela sempre ficando por último para poder fazer parte de algum grupo. Ela se sentiu muito constrangida e ficou um tempão pensando sobre aquilo. Meu entendimento é que cotista ou não, o preconceito existe dentro da universidade. O problema é a nossa cor”.
Formada há dez anos, a cientista política confessa que ela mesma sofreu muito preconceito na universidade. Ela estudou na Universidade Estadual Paulista (Unesp)
“Quando a gente acessa esses espaços, se é através de cotas, se não é, infelizmente isso vai acontecer. Eu passei por situações parecidas e não tinham esses canais de denúncia, não tinha como ir pra internet divulgar”.
Jéssica Machado é cientista política em Ribeirão Preto, SP
Jefferson Neves/EPTV
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VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e regiãoApós denúncia de racismo na USP em Ribeirão Preto, surgem novos relatos
Depois que a estudante de nutrição Priscila Motta da Rocha Antônio denunciar uma colega de sala por racismo em uma rede social nesta semana, pelo menos outros dez jovens procuraram a cientista social Jéssica Machado para dizer que viveram situações parecidas dentro da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP).
Foi Jéssica quem publicou o relato de Priscila na segunda-feira (8) e o post rapidamente viralizou. Entre os comentários, há mensagens de apoio e de pessoas que afirmam já terem passado por casos semelhantes.
“As pessoas se reconhecerem na postagem, o que foi escrito ali, o que a Priscila vivenciou, e sentiram confiança de trazer isso. Tive denúncias de professores para alunos, de alunos com alunos, pessoas que fizeram relatos que acabaram desistindo do curso dentro da USP. Uma coisa que me surpreendeu foi de ser da USP aqui de Ribeirão Preto”.
Jéssica diz que orientou as vítimas a procurarem os canais oficiais da universidade para registrarem as denúncias. Segundo ela, muitas das pessoas não sabiam os caminhos para formalizarem os ataques.
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“Muitas pessoas não sabiam que tinham canais dentro da USP para poder fazer essa denúncia. As pessoas não sabiam os caminhos e, ao mesmo tempo, não sabiam o quão inóspito é o ambiente para os alunos que estão ali, sejam cotistas ou não, dentro da USP”.
Na quarta-feira (9), a USP promoveu uma reunião on-line com o Conselho de Direitos Humanos para discutir o caso. Além da presidente do CDH, estiveram presente Priscila e Jéssica e mais três professoras, duas integrantes do Coletivo USP e uma integrante Rojune (Rolê da Juventude Negra e Periférica).
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Priscila Motta da Rocha Antônio, estudante de nutrição da USP Ribeirão Preto, SP
Jefferson Neves/EPTV
Priscila registrou um boletim de ocorrência nesta quinta-feira (10). Advogado da jovem, Everton Luis dos Reis Francisco disse que a agressora deve ser acionada para responder criminalmente.
Em nota à EPTV, afiliada da TV Globo, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) informou que o processo foi encaminhado para instâncias superiores para apuração dos fatos e aplicação de possíveis medidas administrativas.
‘O problema é a nossa cor’
À EPTV, Jéssica revelou que um dos relatos que eu recebeu foi de uma aluna que foi chamada de cotista por uma professora.
“Chamou ela, na frente de todo mundo, de cotista por ser uma mulher negra de pele mais clara. Ela falou ‘eu não sou cotista, professora’. E a partir disso, ela vem sentindo esse preconceito, os alunos um pouco mais distante, ela sempre ficando por último para poder fazer parte de algum grupo. Ela se sentiu muito constrangida e ficou um tempão pensando sobre aquilo. Meu entendimento é que cotista ou não, o preconceito existe dentro da universidade. O problema é a nossa cor”.
Formada há dez anos, a cientista política confessa que ela mesma sofreu muito preconceito na universidade. Ela estudou na Universidade Estadual Paulista (Unesp)
“Quando a gente acessa esses espaços, se é através de cotas, se não é, infelizmente isso vai acontecer. Eu passei por situações parecidas e não tinham esses canais de denúncia, não tinha como ir pra internet divulgar”.
Jéssica Machado é cientista política em Ribeirão Preto, SP
Jefferson Neves/EPTV
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