
Abrigos provisórios, vistos e ajuda nas escolas: brasileira na Polônia relata acolhida de refugiados após Guerra na Ucrâniaon março 10, 2022 at 12:12 pm
- março 10, 2022 Jussara Resende, de 46 anos, é natural de Barretos (SP), mas vive em Lodz há cerca de três anos. Ela relata como tem sido vivenciar as mudanças na rotina causadas pelos impactos da guerra. Lódz, na Polônia
Jussara Resende
Abrigos provisórios, filas para regularização de documentos para estrangeiros e apoio na rede escolar passaram a fazer parte da rotina dos moradores de Lodz, na Polônia, desde o início da guerra na Ucrânia, relata a brasileira Jussara Resende, de 46 anos, que vive no leste europeu.
Segundo ela, mesmo a 400 quilômetros de distância da fronteira entre as nações, os impactos gerados pela invasão da Rússia ao país vizinho são visíveis para os moradores.
Natural de Barretos (SP), Jussara vive na cidade há cerca de três anos e tem acompanhado de perto os reflexos do conflito. Com o intenso fluxo de refugiados na fronteira do país, ela aponta que histórias dramáticas de perdas se tornaram frequentes.
“Soube pelas notícias locais que vieram órfãos que perderam pai e mãe nos bombardeios. Outros, o pai não pôde passar porque já havia perdido a mãe e há uma lei marcial que homens de 18 a 60 anos permanecem na Ucrânia para ajudar na luta”, diz.
Jussara Rezende é de Barretos, mas vive na Polônia há três anos
Jussara Resende
Com o início da guerra, territórios poloneses são os que mais têm recebido refugiados da Ucrânia. Segundo estimativas do Departamento de Fronteiras Polonês, mais de 1 milhão de pessoas chegaram ao país fugindo da zona de conflito.
Diante do momento de fragilidade dos refugiados, que por vezes chegam à fronteira vizinha apenas com a roupa do corpo, Jussara relata que a mobilização dos poloneses em oferecer ajuda tem sido grande.
Segundo ela, além dos serviços oferecidos pela embaixada, há uma força-tarefa montada pelos próprios moradores, inclusive brasileiros, em prol do acolhimento dos refugiados.
“Todos os refugiados que aqui vêm se refugiar estão sendo muito bem acolhidos pela Polônia […] Existem as embaixadas de campanha que estão nessas fronteiras fazendo encaminhamento para outros países, dando asilo para refugiados. Existem também brasileiros que vivem aqui na Polônia que estão indo à fronteira buscar refugiados”, aponta.
Escritório da Polícia Federal em Lódz, na Polônia, onde estrangeiros solicitam documentação
Jussara Resende
Blocos de dormitórios universitários e prédios públicos de Lodz têm sido utilizados como alternativas para o acolhimento de ucranianos. Teatros, ginásios de esporte e outros locais foram transformados em pontos de retirada de alimentos, roupas, calçados e objetos.
O escritório da Polícia Federal da cidade tem recebido os refugiados em busca da regularização da documentação necessária para que possam residir e trabalhar no território vizinho.
Algumas escolas também têm oferecido suporte de psicólogos e fonoaudiólogos para quem chega de fora. Segundo Jussara, todas essas ações visam amenizar a tensão da guerra àqueles que escaparam vivos do conflito.
A tensão que se espalha pelos países ao redor da zona de conflito, segundo ela, não é novidade para quem vive na Polônia. Jussara aponta que os primeiros impactos na vida dos poloneses começaram com movimentações na Bielorrússia.
“No ano passado, em março, as tropas da Rússia já começavam a fazer as primeiras movimentações para fronteira da Bielorrússia com a Ucrânia, então essa atenção começou ficar mais intensa nessa época”, relembra.
Após o início da invasão do território ucraniano pelos russos, os poloneses também puderam sentir os reflexos da guerra não só pela presença de refugiados, mas pelo impacto econômico.
“O primeiro dia de invasão das tropas russas à Ucrânia foi perceptível na economia da Polônia. Houve uma inflação nos combustíveis e alimentos e a moeda começou a oscilar. Isso também foi perceptível na primeira semana de guerra, o dólar e o euro ficaram bastante flutuantes”, diz.
‘Muito preparados’
Quando analisa a situação do país que adotou como pátria há quase três anos, Jussara aponta confiar no preparo da nação.
“A Polônia vem se preparando desde 2014, eles têm exército compraram armamentos bélicos estão muito bem preparados”, diz.
Segundo ela, o vínculo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia é um fator crucial para a proteção do país.
“Outro fato é que a Polônia faz parte da União Europeia e está na Otan. Caso a Rússia tente algo com a Polônia estará em guerra com os países da Europa e com a Otan”, afirma.
Guerra na Ucrânia
Com início na madrugada de 24 de fevereiro, os confrontos entre Rússia e Ucrânia entram no 15º dia nesta quinta-feira (10).
A motivação do presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi a aproximação da Ucrânia com a União Europeia e a Otan, a aliança militar criada pelos Estados Unidos em 1949, durante a Guerra Fira.
Com a declaração de independência da Ucrânia em 1991, após a dissolução da União Soviética, os relações culturais e econômicas entre as nações foi abalada.
Desde o início dos confrontos, de acordo com um levantamento feito pela agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2% da população da Ucrânia deixou o país.
Ucranianos deixam a cidade de Irpin
Oleksandr Ratushniak/AP Photo
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e regiãoJussara Resende, de 46 anos, é natural de Barretos (SP), mas vive em Lodz há cerca de três anos. Ela relata como tem sido vivenciar as mudanças na rotina causadas pelos impactos da guerra. Lódz, na Polônia
Jussara Resende
Abrigos provisórios, filas para regularização de documentos para estrangeiros e apoio na rede escolar passaram a fazer parte da rotina dos moradores de Lodz, na Polônia, desde o início da guerra na Ucrânia, relata a brasileira Jussara Resende, de 46 anos, que vive no leste europeu.
Segundo ela, mesmo a 400 quilômetros de distância da fronteira entre as nações, os impactos gerados pela invasão da Rússia ao país vizinho são visíveis para os moradores.
Natural de Barretos (SP), Jussara vive na cidade há cerca de três anos e tem acompanhado de perto os reflexos do conflito. Com o intenso fluxo de refugiados na fronteira do país, ela aponta que histórias dramáticas de perdas se tornaram frequentes.
“Soube pelas notícias locais que vieram órfãos que perderam pai e mãe nos bombardeios. Outros, o pai não pôde passar porque já havia perdido a mãe e há uma lei marcial que homens de 18 a 60 anos permanecem na Ucrânia para ajudar na luta”, diz.
Jussara Rezende é de Barretos, mas vive na Polônia há três anos
Jussara Resende
Com o início da guerra, territórios poloneses são os que mais têm recebido refugiados da Ucrânia. Segundo estimativas do Departamento de Fronteiras Polonês, mais de 1 milhão de pessoas chegaram ao país fugindo da zona de conflito.
Diante do momento de fragilidade dos refugiados, que por vezes chegam à fronteira vizinha apenas com a roupa do corpo, Jussara relata que a mobilização dos poloneses em oferecer ajuda tem sido grande.
Segundo ela, além dos serviços oferecidos pela embaixada, há uma força-tarefa montada pelos próprios moradores, inclusive brasileiros, em prol do acolhimento dos refugiados.
“Todos os refugiados que aqui vêm se refugiar estão sendo muito bem acolhidos pela Polônia […] Existem as embaixadas de campanha que estão nessas fronteiras fazendo encaminhamento para outros países, dando asilo para refugiados. Existem também brasileiros que vivem aqui na Polônia que estão indo à fronteira buscar refugiados”, aponta.
Escritório da Polícia Federal em Lódz, na Polônia, onde estrangeiros solicitam documentação
Jussara Resende
Blocos de dormitórios universitários e prédios públicos de Lodz têm sido utilizados como alternativas para o acolhimento de ucranianos. Teatros, ginásios de esporte e outros locais foram transformados em pontos de retirada de alimentos, roupas, calçados e objetos.
O escritório da Polícia Federal da cidade tem recebido os refugiados em busca da regularização da documentação necessária para que possam residir e trabalhar no território vizinho.
Algumas escolas também têm oferecido suporte de psicólogos e fonoaudiólogos para quem chega de fora. Segundo Jussara, todas essas ações visam amenizar a tensão da guerra àqueles que escaparam vivos do conflito.
A tensão que se espalha pelos países ao redor da zona de conflito, segundo ela, não é novidade para quem vive na Polônia. Jussara aponta que os primeiros impactos na vida dos poloneses começaram com movimentações na Bielorrússia.
“No ano passado, em março, as tropas da Rússia já começavam a fazer as primeiras movimentações para fronteira da Bielorrússia com a Ucrânia, então essa atenção começou ficar mais intensa nessa época”, relembra.
Após o início da invasão do território ucraniano pelos russos, os poloneses também puderam sentir os reflexos da guerra não só pela presença de refugiados, mas pelo impacto econômico.
“O primeiro dia de invasão das tropas russas à Ucrânia foi perceptível na economia da Polônia. Houve uma inflação nos combustíveis e alimentos e a moeda começou a oscilar. Isso também foi perceptível na primeira semana de guerra, o dólar e o euro ficaram bastante flutuantes”, diz.
‘Muito preparados’
Quando analisa a situação do país que adotou como pátria há quase três anos, Jussara aponta confiar no preparo da nação.
“A Polônia vem se preparando desde 2014, eles têm exército compraram armamentos bélicos estão muito bem preparados”, diz.
Segundo ela, o vínculo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia é um fator crucial para a proteção do país.
“Outro fato é que a Polônia faz parte da União Europeia e está na Otan. Caso a Rússia tente algo com a Polônia estará em guerra com os países da Europa e com a Otan”, afirma.
Guerra na Ucrânia
Com início na madrugada de 24 de fevereiro, os confrontos entre Rússia e Ucrânia entram no 15º dia nesta quinta-feira (10).
A motivação do presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi a aproximação da Ucrânia com a União Europeia e a Otan, a aliança militar criada pelos Estados Unidos em 1949, durante a Guerra Fira.
Com a declaração de independência da Ucrânia em 1991, após a dissolução da União Soviética, os relações culturais e econômicas entre as nações foi abalada.
Desde o início dos confrontos, de acordo com um levantamento feito pela agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2% da população da Ucrânia deixou o país.
Ucranianos deixam a cidade de Irpin
Oleksandr Ratushniak/AP Photo
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