Alunos cobram término das obras na moradia estudantil e param aulas na Unesp de Franca, SPon março 25, 2022 at 9:30 am
- março 25, 2022 Paralisação atinge todos os quatro cursos de graduação da unidade. Estudantes também pedem mais linhas de transporte público à noite. Alunos mostram como está a moradia estudantil da Unesp de Franca, SP
Estudantes dos quatro cursos de graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Franca (SP) paralisaram as aulas após alegarem problemas na conclusão das obras na moradia estudantil, que já duram mais de três meses, e indisponibilidade de transporte público noturno no campus.
As aulas presenciais retornaram nesta segunda (21) e, em assembleia realizada na noite de terça-feira (22), houve a decisão pela paralisação. Segundo Edson Nobre, membro do Centro Acadêmico de Direito, não há previsão de retomada das atividades.
Os estudantes que vivem na moradia também reclamam que, durante as obras, os pertences pessoais foram revirados.
“A situação da moradia atualmente é trágica, porque essa reforma era para ser concluída antes do retorno das aulas presenciais. A gente quer que tenha aula, mas que tenha aula para todos”, disse Nobre.
Ao g1, o diretor da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS), Murilo Gaspardo, disse que a obra está sendo realizada em três andares, sendo que o primeiro foi entregue na terça-feira, o segundo está previsto para esta sexta (25) e o terceira para o final da próxima semana. A partir disso, os estudantes poderão retornar ao prédio, que ainda ficará cerca de duas semanas em obras.
Em relação ao transporte, o diretor informou que essa demanda precisa ser apresentada para a Prefeitura de Franca, que é quem gerencia a concessão do transporte público do município. Gaspardo também disse que faz reuniões com o Executivo para solução do caso.
“Buscando assegurar as melhores condições possíveis aos estudantes, há duas semanas eu havia apresentado essa pauta para a empresa e foi criada uma linha especial para a Unesp, saindo daqui às 22h50 e chegando até o Centro da cidade”, disse.
Estudantes da Unesp Franca, SP, reclamam da situação da moradia que está em obras há mais de três meses
Arquivo pessoal
Entraves
Na tarde de quarta-feira (23), uma segunda assembleia dos alunos foi realizada com a presença do diretor Murilo Gaspardo. Ele justificou que o prédio da moradia nunca havia sido reformado, por isso a obra está sendo feita agora.
“Desde que a moradia foi construída, ela nunca havia passado por uma reforma dessa proporção. Ela ocorreu pensando na segurança do estudante e também no conforto para que os estudantes possam habitar e se preparar para as atividades da universidade”, disse Gaspardo.
Em relação às aulas, o diretor informou que cada professor tem autonomia para decidir sobre o controle de faltas e também a prorrogação da entrega de trabalhos e datas de provas. Os alunos, no entanto, pedem a compreensão dos docentes.
“Alguns professores são simpatizantes do movimento, à medida que a permanência estudantil é uma política para promover o acesso de todos a universidade de uma maneira igualitária. A gente sabe que os alunos em situação de vulnerabilidade social são os mais afetados. Alguns professores estão abonando falta, estão postergando datas de entrega de trabalho”, disse Nobre.
Em assembleia, alunos da Unesp Franca, SP, discutem situação da falta de transporte e das obras atrasadas na moradia
Arquivo pessoal
Problemas estruturais
Construída na década de 1990, a moradia é composta por um prédio de três andares, sendo que cada andar tem seis quartos que comportam três pessoas, mais uma casa ao lado com capacidade para 28 pessoas. Cada andar também conta com cozinha, lavanderia e uma área de convivência.
Ao todo, são 82 vagas destinadas para estudantes. Para ter direito a morar no local, os alunos participam de um processo seletivo de comprovação de documentos, renda e histórico, além da entrevista com a assistente social.
A reforma teve início no dia 29 de novembro de 2021 e estava prevista para ser entregue em um prazo de 90 dias, antes da retomada das aulas presenciais. Ao todo, o investimento foi de aproximadamente R$ 530 mil.
Segundo Gaspardo, a obra foi necessária em função da adequação das normas do Corpo de Bombeiros, já que a moradia não possuía alvará contra incêndio. Também foi feita toda a troca da parte elétrica e a pintura dos banheiros.
A segunda previsão de entrega era para sábado (21), mas o diretor alegou demora na liberação da verba, imprevistos, problemas estruturais e também erros de execução do projeto para o novo adiamento.
Por conta da reforma, todo o prédio precisou ser desocupado e, segundo o movimento estudantil, os moradores tiveram que se realocar por conta própria para a casa, que ficou superlotada. Além disso, os alunos dizem que não houve a disponibilização de camas, o que obrigou a colocação de colchões no chão em corredores com goteiras.
Membros do movimento estudantil também argumentam que nem todas os estudantes conseguiram deixar os quartos na pandemia, quando as aulas foram suspensas, e permaneceram no local em obras.
“A gente foi informado sobre a reforma no meio do ano passado e disseram que os moradores iriam ter que sair do bloco. Primeiro eles sugeriram que eles voltassem para casa, porque também tinha a pandemia, mas não eram todos os alunos que conseguiam voltar, então eles resolveram não sair”, contou um estudante que não quis ser identificado.
Alunos relataram que precisaram dormir em colchões no chão por conta de reforma na moradia da Unesp Franca, SP
Arquivo pessoal
Diretor diz que número de moradores excedeu limite
O diretor informou que, durante a pandemia, houve oscilação de cinco a 20 estudantes no local, segundo levantamentos, o que é menos do que a capacidade da casa autorizada durante a reforma, que é de 28 pessoas.
“Ocorre que os estudantes, em um exercício de solidariedade, mas sem autorização da universidade, acolheram outros estudantes, que começaram a chegar agora e passaram a exceder a capacidade. Foi também conversado que esses estudantes poderiam receber o nosso dinheiro para se alocar provisoriamente em alguma república, mas eles optaram por permanecer na moradia”, disse.
O movimento estudantil ainda reivindica que diversos pertences de estudantes que não estavam presentes no início da reforma foram perdidos ou tratados como entulho, sendo colocados em locais sujos que degradaram os objetos e precisaram ser jogados fora.
O diretor rebate e afirma que os quartos estava trancados e os estudantes que saíram da moradia não voltaram para retirar os itens pessoais.
“O que aconteceu é que os alunos deixaram a moradia na pandemia, trancaram seus quartos, não levaram as coisas embora e não voltaram para retirar. A obra precisava ser executada. Mas compactuando com eles, os pertences foram guardados em caixas de papelão compradas pela universidade”, contou Gaspardo.
Pertences de alunos da Unesp Franca, SP, foram danificados durante obra em moradia
Arquivo pessoal
Ainda segundo ele, as caixas foram colocadas na área de convivência, que era um local onde não havia previsão de reforma, mas quando a obra se iniciou, foi necessária uma intervenção de tubulação, o que gerou poeira.
Além disso, o diretor explicou que os operários precisaram remover as caixas, o que acabou danificando alguns objetos.
Após o relato de problemas, Gaspardo solicitou, em conversa com o movimento estudantil, uma relação dos objetos danificados para que uma apuração seja feita e medias por parte da universidade sejam tomadas.
Residentes da moradia da Unesp de Franca, SP, tiveram que se realocar durante a pandemia
Arquivo pessoal
Transporte
Além da conclusão das obras, os estudantes também pedem a disponibilização de mais linhas noturnas do transporte coletivo, principalmente para a moradia, que fica localizada no Jardim Veneza, a cerca de 5 km do campus da Unesp. Eles alegam que os ônibus vão até o centro, mas de lá não há outras linhas para os bairros.
“Nós pedimos que a direção dialogue com a empresa de ônibus e peçam para disponibilizar mais veículos no término das aulas noturnas, para que os alunos possam retornar para suas casas em segurança, tendo em vista que Franca é uma cidade muito violenta”, comentou Edson Nobre.
Ao g1, Gaspardo disse que está mediando a situação e que se encontrou com a Emdef na noite de quinta-feira (24) para tratar do problema. Também informou que, em acordo com a empresa, os estudantes que residem na moradia não precisam desembarcar para fazer a baldeação.
“Existem ônibus partindo da universidade às 22h50. As aulas vão até 22h30. De lá, tem a distribuição, tem um que sai às 23h20 e um que sai às 23h40. A empresa também me informou que esses ônibus não partem para a distribuição nos bairros antes de todos os passageiros chegarem. Além disso, a Emdef também assumiu o compromisso de que os estudantes que moram na moradia não precisam descer do veículo e podem seguir”, disse.
Avenida que dá acesso ao campus da Unesp em Franca, SP
Jefferson Severiano Neves/EPTV
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e regiãoParalisação atinge todos os quatro cursos de graduação da unidade. Estudantes também pedem mais linhas de transporte público à noite. Alunos mostram como está a moradia estudantil da Unesp de Franca, SP
Estudantes dos quatro cursos de graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Franca (SP) paralisaram as aulas após alegarem problemas na conclusão das obras na moradia estudantil, que já duram mais de três meses, e indisponibilidade de transporte público noturno no campus.
As aulas presenciais retornaram nesta segunda (21) e, em assembleia realizada na noite de terça-feira (22), houve a decisão pela paralisação. Segundo Edson Nobre, membro do Centro Acadêmico de Direito, não há previsão de retomada das atividades.
Os estudantes que vivem na moradia também reclamam que, durante as obras, os pertences pessoais foram revirados.
“A situação da moradia atualmente é trágica, porque essa reforma era para ser concluída antes do retorno das aulas presenciais. A gente quer que tenha aula, mas que tenha aula para todos”, disse Nobre.
Ao g1, o diretor da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS), Murilo Gaspardo, disse que a obra está sendo realizada em três andares, sendo que o primeiro foi entregue na terça-feira, o segundo está previsto para esta sexta (25) e o terceira para o final da próxima semana. A partir disso, os estudantes poderão retornar ao prédio, que ainda ficará cerca de duas semanas em obras.
Em relação ao transporte, o diretor informou que essa demanda precisa ser apresentada para a Prefeitura de Franca, que é quem gerencia a concessão do transporte público do município. Gaspardo também disse que faz reuniões com o Executivo para solução do caso.
“Buscando assegurar as melhores condições possíveis aos estudantes, há duas semanas eu havia apresentado essa pauta para a empresa e foi criada uma linha especial para a Unesp, saindo daqui às 22h50 e chegando até o Centro da cidade”, disse.
Estudantes da Unesp Franca, SP, reclamam da situação da moradia que está em obras há mais de três meses
Arquivo pessoal
Entraves
Na tarde de quarta-feira (23), uma segunda assembleia dos alunos foi realizada com a presença do diretor Murilo Gaspardo. Ele justificou que o prédio da moradia nunca havia sido reformado, por isso a obra está sendo feita agora.
“Desde que a moradia foi construída, ela nunca havia passado por uma reforma dessa proporção. Ela ocorreu pensando na segurança do estudante e também no conforto para que os estudantes possam habitar e se preparar para as atividades da universidade”, disse Gaspardo.
Em relação às aulas, o diretor informou que cada professor tem autonomia para decidir sobre o controle de faltas e também a prorrogação da entrega de trabalhos e datas de provas. Os alunos, no entanto, pedem a compreensão dos docentes.
“Alguns professores são simpatizantes do movimento, à medida que a permanência estudantil é uma política para promover o acesso de todos a universidade de uma maneira igualitária. A gente sabe que os alunos em situação de vulnerabilidade social são os mais afetados. Alguns professores estão abonando falta, estão postergando datas de entrega de trabalho”, disse Nobre.
Em assembleia, alunos da Unesp Franca, SP, discutem situação da falta de transporte e das obras atrasadas na moradia
Arquivo pessoal
Problemas estruturais
Construída na década de 1990, a moradia é composta por um prédio de três andares, sendo que cada andar tem seis quartos que comportam três pessoas, mais uma casa ao lado com capacidade para 28 pessoas. Cada andar também conta com cozinha, lavanderia e uma área de convivência.
Ao todo, são 82 vagas destinadas para estudantes. Para ter direito a morar no local, os alunos participam de um processo seletivo de comprovação de documentos, renda e histórico, além da entrevista com a assistente social.
A reforma teve início no dia 29 de novembro de 2021 e estava prevista para ser entregue em um prazo de 90 dias, antes da retomada das aulas presenciais. Ao todo, o investimento foi de aproximadamente R$ 530 mil.
Segundo Gaspardo, a obra foi necessária em função da adequação das normas do Corpo de Bombeiros, já que a moradia não possuía alvará contra incêndio. Também foi feita toda a troca da parte elétrica e a pintura dos banheiros.
A segunda previsão de entrega era para sábado (21), mas o diretor alegou demora na liberação da verba, imprevistos, problemas estruturais e também erros de execução do projeto para o novo adiamento.
Por conta da reforma, todo o prédio precisou ser desocupado e, segundo o movimento estudantil, os moradores tiveram que se realocar por conta própria para a casa, que ficou superlotada. Além disso, os alunos dizem que não houve a disponibilização de camas, o que obrigou a colocação de colchões no chão em corredores com goteiras.
Membros do movimento estudantil também argumentam que nem todas os estudantes conseguiram deixar os quartos na pandemia, quando as aulas foram suspensas, e permaneceram no local em obras.
“A gente foi informado sobre a reforma no meio do ano passado e disseram que os moradores iriam ter que sair do bloco. Primeiro eles sugeriram que eles voltassem para casa, porque também tinha a pandemia, mas não eram todos os alunos que conseguiam voltar, então eles resolveram não sair”, contou um estudante que não quis ser identificado.
Alunos relataram que precisaram dormir em colchões no chão por conta de reforma na moradia da Unesp Franca, SP
Arquivo pessoal
Diretor diz que número de moradores excedeu limite
O diretor informou que, durante a pandemia, houve oscilação de cinco a 20 estudantes no local, segundo levantamentos, o que é menos do que a capacidade da casa autorizada durante a reforma, que é de 28 pessoas.
“Ocorre que os estudantes, em um exercício de solidariedade, mas sem autorização da universidade, acolheram outros estudantes, que começaram a chegar agora e passaram a exceder a capacidade. Foi também conversado que esses estudantes poderiam receber o nosso dinheiro para se alocar provisoriamente em alguma república, mas eles optaram por permanecer na moradia”, disse.
O movimento estudantil ainda reivindica que diversos pertences de estudantes que não estavam presentes no início da reforma foram perdidos ou tratados como entulho, sendo colocados em locais sujos que degradaram os objetos e precisaram ser jogados fora.
O diretor rebate e afirma que os quartos estava trancados e os estudantes que saíram da moradia não voltaram para retirar os itens pessoais.
“O que aconteceu é que os alunos deixaram a moradia na pandemia, trancaram seus quartos, não levaram as coisas embora e não voltaram para retirar. A obra precisava ser executada. Mas compactuando com eles, os pertences foram guardados em caixas de papelão compradas pela universidade”, contou Gaspardo.
Pertences de alunos da Unesp Franca, SP, foram danificados durante obra em moradia
Arquivo pessoal
Ainda segundo ele, as caixas foram colocadas na área de convivência, que era um local onde não havia previsão de reforma, mas quando a obra se iniciou, foi necessária uma intervenção de tubulação, o que gerou poeira.
Além disso, o diretor explicou que os operários precisaram remover as caixas, o que acabou danificando alguns objetos.
Após o relato de problemas, Gaspardo solicitou, em conversa com o movimento estudantil, uma relação dos objetos danificados para que uma apuração seja feita e medias por parte da universidade sejam tomadas.
Residentes da moradia da Unesp de Franca, SP, tiveram que se realocar durante a pandemia
Arquivo pessoal
Transporte
Além da conclusão das obras, os estudantes também pedem a disponibilização de mais linhas noturnas do transporte coletivo, principalmente para a moradia, que fica localizada no Jardim Veneza, a cerca de 5 km do campus da Unesp. Eles alegam que os ônibus vão até o centro, mas de lá não há outras linhas para os bairros.
“Nós pedimos que a direção dialogue com a empresa de ônibus e peçam para disponibilizar mais veículos no término das aulas noturnas, para que os alunos possam retornar para suas casas em segurança, tendo em vista que Franca é uma cidade muito violenta”, comentou Edson Nobre.
Ao g1, Gaspardo disse que está mediando a situação e que se encontrou com a Emdef na noite de quinta-feira (24) para tratar do problema. Também informou que, em acordo com a empresa, os estudantes que residem na moradia não precisam desembarcar para fazer a baldeação.
“Existem ônibus partindo da universidade às 22h50. As aulas vão até 22h30. De lá, tem a distribuição, tem um que sai às 23h20 e um que sai às 23h40. A empresa também me informou que esses ônibus não partem para a distribuição nos bairros antes de todos os passageiros chegarem. Além disso, a Emdef também assumiu o compromisso de que os estudantes que moram na moradia não precisam descer do veículo e podem seguir”, disse.
Avenida que dá acesso ao campus da Unesp em Franca, SP
Jefferson Severiano Neves/EPTV
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